Os resultados da eleição norte-americana surgiram mais rapidamente do que o previsto. Donald Trump regressa ao poder, com o Partido Republicano a retomar o controlo do Senado e, provavelmente, da Câmara dos Representantes.
Esta vitória facilita a implementação das suas prioridades, o que implica uma mudança de direção para os Estados Unidos.
Redução da carga fiscal
A aliança entre Trump e o Partido Republicano destaca-se pela determinação em diminuir a carga fiscal que incide sobre a economia americana, favorecendo um ambiente mais liberal para as empresas. Esta redução de impostos aumentará os lucros das empresas e eventualmente o rendimento disponível de algumas famílias. Assim, a procura e o crescimento económico americano manter-se-ão dinâmicos nos próximos anos.
Independentemente do resultado eleitoral, já era esperada uma redução da carga fiscal. Porém, a diferença em relação aos anos Biden será uma menor regulamentação, com normas menos exigentes para as empresas, especialmente nas questões ambientais.
Logo, as empresas poderão investir com maior liberdade e menores custos. A perspetiva de ações contra as grandes tecnológicas também diminui. Beneficiadas por menos regulamentações e uma carga fiscal mais leve, as empresas têm melhores condições para gerar lucros.
Esta situação explica a resposta positiva dos mercados acionistas ao resultado eleitoral, com o índice S&P 500 próximo de um recorde absoluto e as pequenas e médias empresas americanas a liderarem os ganhos, refletindo uma confiança renovada na economia real.
Aumento das taxas de juro e valorização do dólar
A redução fiscal implica uma quebra significativa na receita do Estado americano, que Trump pretende compensar com tarifas alfandegárias, embora seja insuficiente. A necessidade de financiamento crescente projeta as taxas de juro da dívida americana para 4,5%, acima dos 3,7% registados há um mês.
Esta subida significa uma desvalorização das obrigações, o que é prejudicial para os detentores de dívida americana. No entanto, para os investidores da zona euro, a valorização do dólar compensa este efeito negativo, com o dólar a atingir o valor mais alto face ao euro desde o verão, em torno de 1,07 dólares. A robustez económica americana, em contraste com a conjuntura europeia, suporta o valor do dólar.
Impactos globais
As repercussões do regresso de Trump vão além dos Estados Unidos. A subida das taxas de juro americanas e o fortalecimento do dólar colocam pressão sobre as moedas e as economias dos países emergentes, tal como sobre o euro. Também os preços da energia serão afetados.
Consciente do potencial energético dos EUA, Trump pretende maximizar a produção, o que pressionará os preços do petróleo, contrariando os esforços da OPEP para limitar a oferta. Esta baixa no preço do petróleo beneficia os consumidores, mas pode dificultar a transição energética ao reduzir o apelo dos investimentos em energias renováveis.
Ao mesmo tempo, o desejo de Trump de impor tarifas afetará, inevitavelmente, a China e a Europa, limitando o crescimento das respetivas empresas. Num contexto em que as empresas americanas superam as expectativas de lucro e mostram confiança nas suas perspetivas de crescimento, a economia dos EUA destaca-se face ao resto do mundo.
Trump com controlo total
A vitória de Trump marca um ponto de viragem para os EUA. Com o Senado, Supremo Tribunal a e possivelmente a Câmara dos Representantes controlados pelos Republicanos, Trump possui uma capacidade de influência significativa.
Apesar das preocupações com o défice público, os investidores visualizam um mercado com elevado potencial de crescimento e empresas beneficiadas por um ambiente fiscal e regulatório favorável, que permitirá o aumento das margens de lucro. Mesmo com rácios de valorização elevados, os ativos americanos permanecem atrativos.
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