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Reserva Federal americana corta juros em 0,5%

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Embora a decisão fosse largamente esperada, a magnitude do corte das taxas de juro surpreendeu.

Publicado em: 19 setembro 2024
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Autor:  Jorge  Duarte

Autor:  Euroconsumers 

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Embora a decisão fosse largamente esperada, a magnitude do corte das taxas de juro surpreendeu.

O corte dos juros por parte da Reserva Federal dos EUA era uma decisão antecipada e representa o tão esperado pivô que os mercados aguardavam.

Conforme previsto, a Reserva Federal dos Estados Unidos reduziu as taxas de juro diretoras. Esta decisão, amplamente antecipada, representa o tão esperado pivô que os mercados aguardavam há quase um ano.

Embora a decisão fosse largamente esperada, a magnitude do corte surpreendeu. Enquanto os outros bancos centrais optaram por reduções inicias cautelosas, limitando os cortes a 0,25%, a Reserva Federal foi além, com uma primeira redução de 0,5%, colocando as taxas norte-americanas no intervalo de 4,75%-5,0%.

Os investidores poderiam interpretar esta decisão de duas maneiras. Por um lado, considerar que a Reserva Federal recorreu a uma redução de 0,5% porque reconhece que a situação económica dos Estados Unidos está a deteriorar-se rapidamente e que a medida visa evitar uma recessão. Uma visão que afetaria negativamente os mercados financeiros. Por outro lado, poderiam ver nesta decisão um sinal de que Jerome Powell mantém tudo sob controlo, realizando uma redução desta dimensão precisamente para evitar o pior, o que permite antever uma aterragem suave da maior economia do mundo.

A reação inicialmente das bolsas mostra que os investidores optaram por confiar na Reserva Federal. No entanto, podem emergir dúvidas, e uma posição mais clara dos mercados deverá surgir apenas nos próximos dias.

Rumo da economia dos EUA

As previsões publicadas pela Fed mostram que o momento não é de otimismo excessivo. Assim, estimam que o crescimento da economia norte-americana seja de cerca de 2% em 2024 e mantenha essa média até 2027. Um ritmo de crescimento moderado, longe de ser excecional.

Quanto à inflação, espera-se que regresse ao objetivo de 2%, mas apenas em 2026. Por fim, o mercado de trabalho deverá registar uma ligeira melhoria.

Outro ponto importante é que as taxas de juro diretoras devem continuar a descer para o intervalo de 3,0%-3,5% já no próximo ano, estabilizando-se em torno dos 3% a partir daí. Estes valores são considerados adequados pela Reserva Federal, sendo superiores ao que se previa anteriormente. Portanto, não se deve esperar um retorno às condições de financiamento extraordinariamente favoráveis que marcaram a década até 2022.

Esta perspetiva já impactou as taxas de juro das obrigações de longo prazo nos Estados Unidos, que subiram de 3,6% para mais de 3,7% depois da decisão.

Aproveitando a descida dos custos do crédito, que inevitavelmente sustentará a atividade, a economia norte-americana deverá continuar a apresentar perspetivas atrativas. No âmbito das nossas carteiras de investimento, continuamos a recomendar os fundos/ETF de ações dos Estados Unidos e de obrigações em dólares. Para investir diretamente nas ações, veja os nossos conselhos de compra e a nossa seleção de ações americanas preferidas.

 

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