Uma semana agitada para o setor tecnológico, que recuou 3,5% nos EUA e 6,3% na Europa. Muito por causa dos semicondutores (-5,4%) que poderão sofrer com a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O S&P 500 cedeu 1,2% e o Nasdaq 2,5% na semana, com os "Sete Magníficos" a fechar no vermelho. Foi o caso da Amazon (-5,3%) da Apple (-4,5%) e da Microsoft (-2,4%).
A Europa, onde o Banco Central Europeu mantém as taxas de juro inalteradas, segue os Estados Unidos com uma queda de 0,8% no Stoxx Europe 600. No fecho de sexta-feira, o cenário até era mais negativo dos dois lados do Atlântico, mas a desistência de Biden na corrida à Casa Branca ajudou as bolsas. Sobretudo devido à perspetiva de um eventual alívio nas tensões com a China. A onça de ouro (+2,3%) atingiu um novo pico a 2484 dólares. A perspetiva de uma redução das taxas de juro torna mais interessante a posse de ouro, que não gera rendimento.
A elevada probabilidade de uma eleição de Trump nos Estados Unidos beneficiou o setor petrolífero (+ gás e carvão) norte-americano, que ganhava 2,6% na sexta-feira. Entretanto, a queda do preço do “ouro negro” atirou a variação semanal do setor para -0,1%. Trump pretende aumentar a produção de petróleo e reduzir a regulação. Ainda assim, não aconselhamos o investimento neste setor.
Lisboa valoriza em contra corrente
A bolsa nacional fechou, na segunda-feira, com uma variação de +2,3% na semana. Uma valorização assinalável, especialmente quando comparada com o panorama global. A única cotada nacional a fechar no vermelho foi a Corticeira Amorim (-1,8%). Nas subidas, a puxar o índice PSI para cima estão o grupo CTT (+7,6%), o BCP (+3,7%) e a NOS (3,5%), que apresentou resultados na quinta-feira, dia 18, com o crescimento de lucros homólogo de 84,6% a animar os investidores. Também as energéticas a EDPR (+3,4%) e a EDP (+3,1%) tiveram variações acima de 3%.
Entretanto, houve já duas cotadas portuguesas a apresentar, nesta segunda-feira, os resultados do segundo trimestre. A Galp, que beneficiou do aumento dos preços do petróleo, apresentou resultados em linha com as expectativas dos acionistas. Por outro lado, a Navigator comunicou um crescimento de 16% nos lucros do semestre e depois de fechar a semana com 0% de variação, abriu já na terça-feira a valorizar cerca de 3%.
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Números da semana
-14%
A holandesa ASML (ver pág.7) foi a empresa da nossa seleção que mais caiu esta semana. O governo americano poderá avançar com novas restrições às vendas de equipamentos para a produção de semicondutores à China.2484 $
Valor, em dólares, do novo máximo histórico para o preço do ouro. Este valor foi atingido a meio da semana (entretanto, já caiu para perto dos 2400 dólares). A elevada incerteza e a espectativa de cortes nas taxas de juro impulsionaram o valor do ouro.
Top subidas
V F +22,1%
PostNL +12,5%
Euroapi +10,1%
Roche +8,3%
CTT +7,6%
Top descidas
ASML -14,0%Applied M.-9,0%
Eli Lilly -8,9%
Atlas Copco -8,3%
Novo Nordisk -6,6%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,8% |
EUA S&P 500 | -1,2% |
EUA Nasdaq | -2,5% |
Lisboa PSI | +2,3% |
Frankfurt DAX | -1,0% |
Londres FTSE 100 | +0,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | -3,9% |
Variação das cotações entre 15/07/24 a 22/07/24, em moeda local.
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