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Perspetivas sobre as taxas condicionam bolsas

Publicado em:  03 junho 2024
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Apesar do anunciado corte das taxas na Europa, o calendário de cortes permanece pouco claro.

Os mercados continuam preocupados com a política de taxas de juro da Fed e do BCE, o que originou uma subida das taxas de mercado e uma descida (ligeira) das bolsas. Mesmo que seja feito um corte das taxas na Europa já no dia 6 de junho, o calendário de cortes permanece pouco claro.

Nos EUA, as incertezas são ainda maiores, o que penalizou as bolsas americanas. A taxa de juro americana a 10 anos aumentou ligeiramente para 4,62%, caindo depois para 4,49%, após a publicação da inflação em abril, que saiu em linha com as expectativas.

As taxas de longo prazo alemãs também subiram para os 2,66%, após a publicação da inflação na zona euro, que foi de 2,6% em maio, face aos 2,5% esperados e aos 2,4% de abril. Assim, tanto o Stoxx Europe 600 como o S&P 500 caíram ambos 0,5%. Por sua vez, o Nasdaq perdeu 1,1%, penalizado também pela Salesforce (-13,9%; software), cujos resultados e perspetivas desiludiram. Ainda no segmento de software (-5%), SAP e Oracle tropeçaram 7,4% e 4,7%, respetivamente.

A subida das taxas de longo prazo penalizou o setor tecnológico (-2,1%). A Meta Platforms recuou 2,4%, a Microsoft desceu 3,5% e a Autodesk desvalorizou 6,2%.

O preço do petróleo (+0,1%) permanece quase estável, depois de a OPEP e dos seus aliados confirmarem a prorrogação dos cortes de produção até ao final de 2025 para suportar o preço do ouro negro. Porém, o setor energético caiu 0,3%.

Na Europa, os setores da tecnologia (-3,3%) e de media (-1,3%) fecharam no vermelho. Ao invés, as telecomunicações (+1,7%) e as utilities (+0,9%) encerraram em alta.

Lisboa em queda ligeira

A bolsa nacional não escapou à onda negativa das restantes praças mundiais e recuou 0,4% na semana passada.

A REN (-5,6%) liderou as perdas devido ao ajuste técnico da cotação relativo ao pagamento do dividendo. O mesmo aconteceu com a Galp Energia (-2,5%), que também pagou dividendos no dia 31 de maio.

O setor da pasta e do papel também fechou negativo, com a Altri a descer 4,6%. Por sua vez, a Navigator desvalorizou 1,2%, embora sem notícias especificas que o justifiquem.

A evitar uma queda mais acentuada do índice PSI esteve o BCP (+2,3%), que liderou os ganhos e fixou um novo máximo dos últimos oito anos, e o grupo EDP, que resistiu bem à subida das taxas de juro de mercado de longo prazo, com a EDP e a EDP Renováveis ganharam 1,4% cada uma.

Nota final para a Novabase (+1,4%), que contrariou a queda do setor tecnológico.

Números da semana

8,30 euros

Depois de garantir 78,9% do capital da GreenVolt, a americana KKR vai mesmo lançar uma OPA, agora obrigatória, sobre o restante capital, visando retirar a GreenVolt da bolsa. O calendário da operação ainda não é conhecido, mas pode vender desde já as suas ações em bolsa ao preço oferecido pela KKR de 8,30 euros por ação  

+7,4%

Apesar da ligeira correção da semana passada, a bolsa de Lisboa subiu 7,4% nos primeiros 5 meses do ano. Ainda assim, abaixo dos 8,2% do Stoxx Europe 600 e dos 12,6% do índice americano S&P 500 (medido em euros).

Top subidas

Agfa-Gevaert +11,0%
Ralph Lauren +7,7%
VF Corp +7,6%
PostNL +6,8%
Renault +6,5% 

Top descidas

Carrefour -8,0%
Accenture -6,2%
Autodesk -6,2%
REN -5,6%
Telefônica Brasil -5,5% 

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -0,5% 
EUA S&P 500 -0,5% 
EUA Nasdaq -1,1% 
Lisboa PSI -0,4% 
Frankfurt DAX -1,1% 
Londres FTSE 100 -0,5% 
Tóquio NIKKEI 225 -0,4% 

 

Variação das cotações entre 24/05/24 a 31/05/24, em moeda local.

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