As bolsas sentiram alívio após os sinais de desaceleração da inflação nos EUA. A porta para um corte das taxas por parte da Reserva Federal abriu-se um pouco mais, mas o calendário continua pouco claro.
A reação a estes bons números foi marcante no mercado obrigacionista, com a taxa de juro americana a 10 anos a baixar para 4,35% face aos 4,7% do dia 25 de abril. A Europa seguiu a mesma tendência, com os títulos alemães a 10 anos a fixarem-se nos 2,44% (2,55% em meados de maio).
As bolsas atingiram novos recordes a meio da semana. O Stoxx Europe 600 subiu 1,3%, com Zurique a ganhar 3% graças à Roche (+5,6%). Nos EUA, o S&P 500 subiu 1,6% e o Nasdaq terminou a semana a ganhar 2,2%.
A queda das taxas de juro de longo prazo estimulou o interesse pelo setor imobiliário europeu (+3,8%). As empresas tecnológicas também aproveitaram a queda das taxas de longo prazo para ganhar 3,5%. A Intel valorizou 6,4%, a Nvidia 6,3% e a Apple 2,9%.
No setor da defesa (-0,6%, Europa), a alemã Rheinmetall publicou resultados abaixo do esperado. A BAE Systems perdeu 2%.
O preço do petróleo corrigiu 0,8%, após a Agência Internacional de Energia ter reduzido as estimativas de crescimento da procura global em 2024 (960.000 barris por dia face a 1,1 milhões). Em causa está um inverno mais ameno e a redução do número de veículos a diesel. O setor energético perdeu 0,4%, com a Shell a descer 2,5%.
Lisboa mantém-se em alta
O índice PSI subiu 1,3% na última semana, suportado pela recuperação do grupo EDP, que liderou os ganhos: EDP Renováveis (+5,7%) e EDP (+5,1%).
A semana foi marcada pela divulgação dos resultados trimestrais das empresas. Logo no início, a NOS (+3,2%) anunciou que quase duplicou os lucros (+93,5%). Mesmo descontando um efeito extraordinário positivo relativo a uma decisão judicial, o lucro subiu 30,8%, superando as previsões.
Por sua vez, os resultados do BCP (+2,5%) também não desiludiram, com o lucro a subir 8,4%, ligeiramente acima do que prevíamos.
Ao invés, a Navigator (+1,2%) registou uma quebra do lucro superior ao esperado (-11% face ao período homólogo), sobretudo devido ao resultado financeiro negativo. A empresa avisou ainda que na segunda metade do ano pode haver abrandamento da procura.
A liderar as perdas da semana esteve a Sonae (-4,5%), devido ao ajuste técnico do dividendo, e a Galp (-3,8%), a corrigir dos máximos recentes após um recuo (ligeiro) do preço do petróleo.
Números da semana
+8,4%
Crescimento dos lucros do BCP no primeiro trimestre deste ano. Globalmente, os resultados não apresentam grandes surpresas mas, ainda assim, ficaram ligeiramente acima do que esperávamos.40.000
Embora tenha fechado um pouco baixo dos 40.000 pontos, o mítico índice americano Dow Jones atingiu essa marca redonda pela primeira vez na sua história durante a sessão, numa altura em que várias bolsas mundiais também estão a negociar em máximos de sempre.
Top subidas
Vodafone Group +13,9%Sonova +11,2%
Telecom Italia +9,2%
Société Générale +7,9%
Intel +6,4%
Top descidas
Agfa-Gevaert -11,1%
BMW -5,1%
Sonae -4,5%
Anglo American -3,9%
Galp Energia-3,8%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,3% |
EUA S&P 500 | +1,6% |
EUA Nasdaq | +2,2% |
Lisboa PSI | +1,3% |
Frankfurt DAX | +0,3% |
Londres FTSE 100 | +0,7% |
Tóquio NIKKEI 225 | +2,2% |
Variação das cotações entre 09/05/24 a 16/05/24, em moeda local.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.