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Bolsas sobem na expectativa de cortes de taxas

Publicado em:  13 maio 2024
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O otimismo do mercado relativamente a uma redução, em breve, das taxas americanas permitiu ao S&P 500 ganhar 1,9% e ao Nasdaq subir 1,1%.

As notícias da semana passada, pobres a nível de indicadores económicos, giraram, mais uma vez, em torno da evolução das taxas diretoras nos Estados Unidos: quantos cortes vai haver e a que ritmo? Os pedidos semanais de subsídio de desemprego aumentaram mais do que o esperado, o que tranquilizou os investidores. A desaceleração controlada da economia americana permitirá taxas mais baixas e preservar (idealmente) a rentabilidade das empresas. O otimismo do mercado relativamente a uma redução, em breve, das taxas americanas permitiu ao S&P 500 ganhar 1,9% e ao Nasdaq subir 1,1%.

A mesma confiança reinou na Europa, onde o governador do Banco de Inglaterra indicou que as taxas vão cair em breve. Na Suécia, houve já o primeiro corte dos juros. Assim, no velho continente, os ganhos bolsistas foram mais acentuados, com o Stoxx Europe 600 a valorizar 3%. 

Muitos setores fecharam no verde, como a alimentação e bebidas (+3,2%), as utilities (+4,4%), as tecnológicas (+3,7%) e o setor da construção (+3,8%). Por sua vez, o setor financeiro europeu ganhou 2,8% após os bons resultados do UBS (+9,6%) e da seguradora Axa (+7,3%). O BBVA (-1,4%), segundo banco espanhol, atrás do Santander (+4,5%), lançou uma oferta hostil sobre o Banco de Sabadell.

Ao invés, o setor automóvel (-1% na Europa) não recuperou fôlego depois dos resultados mistos anunciados nas semanas anteriores. A Mercedes caiu 4,7%, a BMW desceu 0,9% e a Stellantis recuou 0,2%. Ainda assim, a Volkswagen VZ (+1,3%) fechou em alta.

Novos máximos em Lisboa

A bolsa nacional ganhou 4% na semana e fechou num novo máximo desde junho de 2014, com apenas dois títulos em queda: Impresa (-3,1%) e CTT (-1,8%).

De resto, destaque para a EDP Renováveis (+9,5%), que liderou os ganhos após registar uma subida de 4% dos lucros trimestrais. A sua casa mãe EDP (+4,8%) também fechou no verde depois de anunciar que o lucro subiu 17%, em linha com o esperado. Apesar da forte queda das receitas (-16%), o grupo beneficiou do bom desempenho do negócio de redes de eletricidade e da redução do imposto sobre o rendimento, dos interesses minoritários e do custo médio da dívida.

A REN (+1,7%) desiludiu, com o lucro a cair 71,1% face a igual período de 2023, abaixo do previsto. Em causa, a degradação do resultado financeiro (aumento da dívida e do seu custo médio e diferenças de câmbio desfavoráveis) e a queda do EBITDA (menor remuneração dos ativos regulados).

Nota final para o BCP (+5%), que fixou um novo máximo desde junho de 2016.

Números da semana

68 milhões de euros

Lucro da EDP Renováveis no primeiro trimestre, uma subida de 4% face a igual período de 2023 que ficou em linha com o que prevíamos. Ainda assim e como se previa, o lucro foi afetado pela quebra das receitas (-11%) devido à descida do preço da eletricidade e da produção (vendas de ativos). 

5,25%

Sem grande surpresa, o Banco de Inglaterra decidiu manter, pela sexta vez consecutiva, a sua principal taxa de juro diretora nos 5,25%. A decisão não foi unânime e o governador abriu a porta para cortes de taxas, em breve.

Top subidas

Teva Pharma +16,2%
Solvay +11,6%
Agfa-Gevaert +9,9%
UBS Group +9,6%
EDP Renováveis +9,5% 

Top descidas

Telefónica Brasil -12,1%
Tesla -7,0%
Walt Disney -6,9%
Ferrari -6,2%
Mercedes-Benz -4,7%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +3,0% 
EUA S&P 500 +1,9% 
EUA Nasdaq +1,1% 
Lisboa PSI +4,0% 
Frankfurt DAX +4,3% 
Londres FTSE 100 +2,7% 
Tóquio NIKKEI 225 -0,02% 

 

Variação das cotações entre 03/05/24 a 10/05/24, em moeda local.

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