Os mercados bolsistas estão a digerir a divulgação dos resultados empresariais dos dois lados do Atlântico. De modo geral, os números são bons e as bolsas fecharam a semana no verde. O S&P 500 ganhou 2,7%, enquanto o Nasdaq saltou 4,2% e o Stoxx Europe 600 subiu 1,7%. Ainda assim, alguns pesos-pesados como a Meta (-7,9%), a Intel (-6,8%) ou a IBM (-8%) dececionaram e pesaram sobre os índices.
Também não há tréguas na frente económica com duas más notícias nos EUA; a desaceleração da economia e a inflação que teima em não baixar.
O setor tecnológico dos EUA (+5,2%) cresce com a valorização da Microsoft (+1,8%), mas sobretudo da Alphabet (+11,5%) que comunicou que irá pagar o seu primeiro dividendo. Na Europa, o setor também está no verde com uma valorização de 4,8% graças à ASML (+4,6%).
Os bancos europeus (+2,9%) voltam a ser procurados, depois de resultados melhores do que o esperado do Barclays (+10%), Deutsche Bank (+10,8%) e BNP Paribas (+2,4%).
Após a pressão vendedora das últimas semanas, o setor de semicondutores ganhou 10,2% na semana passada, em virtude dos bons resultados publicados pela Melexis (+13,8%), e Texas Instruments (+11,1%), que se mostrou otimista em relação aos próximos meses, um sinal de recuperação da procura. A Nvidia (+15,1%) voltou a valorizar fortemente.
Lisboa cresce à boleia da Galp
A bolsa nacional foi das que mais valorizou na semana passada, ao subir 5,0%. A cotação da Galp Energia (+28,1%) catapultou-se para um novo máximo histórico de 20,5 euros, devido ao anúncio de que a primeira fase do projeto Mopane, na Namíbia, terminou com uma enorme descoberta de petróleo. O mais provável é que a empresa venda uma parte da descoberta a um gigante internacional.
O grupo Jerónimo Martins (+7%), valorizou apesar do lucro ter recuado 30,7% no 1.º trimestre devido ao aumento dos custos financeiros e a dotação inicial para constituir a Fundação JM. O desempenho operacional ficou acima das expectativas. O BCP também subiu (+6,5%) numa boa semana para a banca europeia. A Navigator (+1,5%) e a Altri (+3,4%) valorizaram depois de serem comunicados aumentos de preço da pasta de papel e de produtos finalizados.
Em sentido contrário a NOS (-8,9%) teve uma correção técnica após o pagamento do dividendo de 0,35 euros a 24 de abril.
Números da semana
40 mil M$
A Meta deverá investir entre 35 e 40 mil milhões de dólares em IA e realidade virtual e aumentada. Para já, os investidores consideraram que as receitas futuras não deverão compensar os custos já incorridos e castigaram a ação.1110 mil M$
A nível mundial, as empresas gastaram 1110 mil milhões de dólares (1% da capitalização total do mercado global) em programas de recompra de ações próprias. Este valor caiu 14% face ao recorde de 2022, dada a queda nas recompras de empresas americanas, sobretudo no setor tecnológico.
Top subidas
Galp +28,1%
Anglo American +21,3%
Nvidia +15,1%
Tesla +14,4%
Melexis +13,8%
Top descidas
NOS -8,9%Harley-Davidson -8,6%
IBM -8,0%
Meta -7,9%
Kion Group -7,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,7% |
EUA S&P 500 | +2,7% |
EUA Nasdaq | +4,2% |
Lisboa PSI | +5,0% |
Frankfurt DAX | +2,4% |
Londres FTSE 100 | +3,1% |
Tóquio NIKKEI 225 | +2,3% |
Variação das cotações entre 19/04/24 a 26/04/24, em moeda local.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.