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Bolsas sem tendência clara

Publicado em:  11 março 2024
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Bolsas fecham sem uma tendência muito definida, apesar das perspetivas de cortes nas taxas de juro.

Apesar dos bancos centrais abrirem a porta a cortes das taxas, as bolsas fecharam sem tendência definida. Na Europa, a inflação está a abrandar mais rapidamente do que o esperado pelo BCE e este reduziu as suas previsões de inflação para o período 2024-2026. A mesma tendência verifica-se nos EUA e o presidente da Fed confirmou a aterragem suave da economia. Os últimos dados validam a perspetiva de um corte das taxas de juro, apesar da criação de empregos continuar forte.

O Stoxx Europe 600 valorizou 1,1%. Amesterdão ganhou 0,9% graças à subida da ASML (+3,3%). O setor tecnológico europeu avançou 2,2%. Já a bolsa de Zurique (+1,3%) foi estimulada pelo UBS (+6,8%). Ao invés, os índices bolsistas norte-americanos recuaram: o S&P 500 desceu 0,3%, e o Nasdaq perdeu 1,2%.

O setor europeu da defesa (+2,8%) reagiu ao plano da Comissão para acelerar a produção de armas e financiar projetos comuns dos Estados-Membros. A Thales (+5,8%) beneficiou dos resultados muito bons referentes a 2023.

As declarações da Fed sobre um possível corte das taxas de juro elevou o preço do ouro para 2 185 dólares por onça. A queda das taxas torna o ouro comparativamente mais atrativo. O setor de mineração de ouro valorizou 7,7%.

A perspetiva de redução das taxas também favoreceu as utilities europeias (+3,8%), com a EDP Renováveis a ganhar 8,8%, a Iberdrola 4,6%, a Enel 4% e a Engie 3,8%.

Lisboa continua a marcar passo

A bolsa de Lisboa voltou a recuar 0,7% numa semana marcada pela divulgação de resultados, em vésperas de eleições.

A NOS (+4,8%) anunciou a queda de 19,2% dos lucros e um dividendo de 0,35 euros por ação. Estes valores superaram as previsões, após o lucro de 2022 ter beneficiado de ganhos com a venda de torres de telecomunicações.

A REN (+0,7%) teve um aumento de 33,5% dos lucros, acima do previsto, graças a um melhor desempenho operacional e também a fatores não recorrentes (recuperação de receitas da área internacional e impactos fiscais). O lucro da Jerónimo Martins (-7,4%) subiu 28,2%, como esperado, mas o título foi afetado pela perspetiva de maior pressão sobre as margens em 2024, sobretudo na Polónia.

Por fim, a Impresa (-0,7%) teve prejuízos de 2 ME, com as receitas da SIC a caírem 2,4% devido à quebra na publicidade, o que é preocupante pois essa é a principal fonte de receita do grupo.

Números da semana

0,35 €

Proposta de dividendo bruto por ação da NOS, que corresponde à distribuição de 99,6% dos lucros de 2023 e a um aumento de 26,8% face ao ano anterior. Este valor superou as previsões e equivale a um rendimento de 10,6% face à cotação de fecho do dia anterior. 

80,58%

Após ter alargado o prazo da OPA sobre a finlandesa Musti até dia 6 de março, a Sonae conseguiu ficar com 80,6% do capital da empresa líder de mercado no retalho de produtos para animais de estimação nos países nórdicos. O investimento rondará os 700 ME.

Top subidas

EDP Renováveis +8,8%
DEME Group +8,7%
UBS +6,8%
NVIDIA +6,4%
Novo Nordisk +6,4%
 

Top descidas

Telecom Italia -21,8%
Euroapi -15,0%
Tesla -13,5%
Mota-Engil -12,8%
Agfa-Gevaer -10,5%

A semana em números

Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +1,1% 
EUA S&P 500 -0,3% 
EUA Nasdaq -1,2% 
Lisboa PSI -0,7% 
Frankfurt DAX +0,5% 
Londres FTSE 100 -0,3% 
Tóquio NIKKEI 225 -0,6% 

 

Variação das cotações entre 01/03/24 a 08/03/24, em moeda local.

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