O fim do shutdown nos EUA trouxe um alívio temporário da pressão sobre os mercados, embora ainda falte analisar as estatísticas que serão divulgadas nos próximos dias para avaliar o estado da economia americana.
Enquanto se aguardam os primeiros dados, os investidores mostram-se hesitantes e a valorização do setor tecnológico incentiva-os a procurarem novas oportunidades de investimento.
Outra sombra que paira sobre as bolsas é o número crescente de membros da Fed que se mostram céticos à ideia de baixar novamente as taxas de juro em dezembro, dada a persistência da inflação.
Assim, o S&P 500 subiu apenas 0,1% e o Nasdaq perdeu 0,5%. A Intel (-6,8%) liderou as perdas, seguida da Tesla (-5,9%). Em sentido contrário, a Cisco (+9,8%) elevou as suas previsões anuais, graças à procura proveniente da IA, e a AMD (+5,7%) espera uma aceleração do crescimento das vendas, graças aos centros de dados.
Os investidores voltaram-se para a Europa, menos valorizada do que os EUA, com o Stoxx Europe 600 a ganhar 1,8% e a fixar um novo máximo histórico durante a semana.
No velho continente, o setor farmacêutico valorizou 5,1%, o de bens de consumo subiu 4,6% e o financeiro ganhou 2,3%, com o Société Générale a progredir 6,1%.
O setor de bens de luxo ganhou 8,3%, com a LVMH a subir 5,6%. A empresa planeia abrir importantes lojas na China, já em dezembro, e quer continuar a expandir-se nesse mercado. Este rumor alimenta as especulações sobre a recuperação das vendas na China.
Nota final para o facto de a Bitcoin ter caído abaixo dos 100 000 dólares, devido à maior aversão ao risco por parte dos investidores.
Lisboa de volta aos ganhos
A bolsa nacional voltou aos ganhos na semana passada, ao subir 0,8%. O BCP (+6%) liderou os ganhos, seguido da Galp (+4,2%), tenho sido estes os principais responsáveis pela subida do índice PSI.
Em contrapartida, o grupo EDP continuou sob alguma pressão, após a divulgação do seu plano estratégico até 2028, que desiludiu um pouco. EDP e EDP Renováveis perderam 1,6 e 1,2%, respetivamente.
A nível de resultados, o lucro da REN (-1%) cresceu 23,4% até setembro, um valor em linha com o esperado. Contudo, a subida deve-se sobretudo a efeitos fiscais positivos.
No caso da Sonae (inalterada), os lucros aumentaram 37,6%, a refletir especialmente uma melhoria do desempenho operacional dos vários negócios do grupo. A ação fixou um novo máximo desde abril de 2015.
Números da semana
+11%
As empresas americanas estão a registar o maior crescimento dos lucros dos últimos 4 anos: +11% no terceiro trimestre. Apesar de terem absorvido parte dos aumentos de preços, beneficiaram do facto dos consumidores continuarem a gastar.
10 mil MD
Os acionistas da Metsera aprovaram a aquisição da empresa especializada em obesidade pela Pfizer, após a Novo Nordisk ter retirado a sua oferta.
Para vencer a disputa, a Pfizer pagará até 10 mil milhões de dólares, preço que se justifica pelos produtos desenvolvimento da Metsera e pelo forte crescimento esperado do mercado da obesidade.
Top subidas
DEME Group +15,5%Eli Lilly +10,9%
Cisco Systems +9,8%
Bayer +9,0%
Merck +7,7%
Top descidas
Intel -6,8%Tesla -5,9%
Atenor -5,1%
Walt Disney -4,5%
Sonova -4,1%
A semana em números
Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 +1,8%
EUA S&P 500 +0,1%
EUA Nasdaq -0,5%
Lisboa PSI +0,8%
Frankfurt DAX +1,3%
Londres FTSE 100 +0,2%
Tóquio NIKKEI 225 +0,2%
Variação das cotações entre 07/11/25 a 14/11/25, em moeda local.
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