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Tensão no Médio Oriente: como afeta os investimentos?

Publicado em:  14 janeiro 2020
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A tensão no Médio Oriente está a deixar a região novamente à beira do caos. Uma situação que não agrada aos investidores.

Quarenta anos após a revolução iraniana de 1979, os Estados Unidos e o Irão ainda mantêm relações beligerantes. Mas a tensão no Médio Oriente não se resume ao conflito entre Washington e Teerão - toda a região carece de estabilidade há décadas. 

Os países desta região, pelo menos na sua configuração atual, são recentes. As suas fronteiras foram arbitrariamente fixadas pelas potências ocidentais e os regimes autocráticos confiscaram o poder. Estes elementos explicam a tensão no Médio Oriente que marcou as últimas décadas. E por causa das enormes reservas de petróleo, as potências estrangeiras, lideradas pelos Estados Unidos, interferem nos conflitos.

A importância do Médio Oriente na produção de petróleo explica o nervosismo dos investidores. Especialmente porque a economia mundial já tropeçou várias vezes por causa desta região. Desde os choques petrolíferos na década de 1970 até aos ataques de 11 de setembro de 2011, incluindo a Guerra do Golfo. Aliás, cinco das últimas seis recessões americanas foram causadas ou acentuadas por eventos nesta região.

Tensão no Médio Oriente afeta petróleo

Irão, Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait representaram 22% da produção mundial de petróleo em novembro. Este número explica a importância da região. Tensões simples como as atuais afetam o preço do barril, que aumentou vários dólares desde o início da crise. E se a produção for afetada, a ponto de não atender mais à procura, um aumento de preço é inevitável.

Foi o que aconteceu na década de 1970. A redução da produção, decidida em 1973 pelos países árabes em protesto contra a ajuda concedida a Israel pelos Estados Unidos, após a revolução iraniana de 1979 e da guerra Irão-Iraque que começou em 1980, causou uma escassez de petróleo. 

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