Mota-Engil: lucros até setembro sobem 20%
mota engil
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A Mota-Engil finalizou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 92 milhões de euros (0,31 euros por ação), representando um aumento de 20% face ao período homólogo.
O volume de negócios do grupo fixou-se em cerca de 4 090 milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 4 146 milhões registados no mesmo período de 2024.
Apesar desta leve queda na faturação, o EBITDA registou um crescimento de 15% face a 2024, totalizando 699 milhões de euros, o que significa que a empresa está a aumentar a sua eficiência operacional, pois a sua rentabilidade a níveis operacionais aumentou.
A Mota-Engil antecipa que a margem EBITDA para 2025 se consolide em cerca de 17%, acima dos 16,04% registados no ano de 2024, reforçando o foco do grupo na rentabilidade e na geração de cash flow.
Destacamos os níveis de produção históricos e uma carteira de encomendas que chegou a um novo recorde (15,7 mil milhões de euros) continuando bem diversificada e ancorada a projetos de elevado valor, o que garante visibilidade a médio e longo prazo.
O segmento de Engenharia & Construção, que atualmente representa 86% do volume de negócios, atingiu 3511 milhões de euros e reforçou a margem EBITDA para 17%, impulsionado sobretudo pelo forte desempenho em África, onde o volume cresceu para 1616 milhões de euros (+57% em termos homólogos) e a margem atingiu um nível excecional de 25%. Devido a atrasos em adjudicações, ao impacto das eleições em Portugal e à venda das operações na Polónia, o volume de negócios na Europa caiu para 334 milhões mas ainda assim a margem EBITDA melhorou um ponto percentual para 8%.
A Engenharia Industrial, que nestes primeiros nove meses é responsável por 14% do volume de negócios, manteve um ritmo de forte expansão, duplicando o volume para 570 milhões de euros (+102% face ao período homólogo) e apresentando uma margem EBITDA elevada, de 29%, o que demonstra um bom nível de rentabilidade. Este impulso deve-se à duplicação da atividade no segmento de Engenharia Industrial, o que posiciona a Mota-Engil como o maior operador de “contract mining” em África.
Já o segmento do Ambiente registou um crescimento expressivo, com €469 milhões em volume (+16% YoY) mas ainda assim representa apenas 11,5% do volume de negócios.
No que respeita à alocação de capital, o grupo planeia que o investimento represente aproximadamente 7% do volume de negócios, assegurando crescimento estratégico e manutenção de flexibilidade financeira. Além disso, compromete-se a manter um rácio de dívida líquida/EBITDA abaixo de 2x (atualmente 1,68x) e dívida bruta/EBITDA inferior a 4x (atualmente 2,95x), o que demonstra que está no bom caminho.
A combinação de uma carteira contratual em expansão, maior eficiência operacional e maior disciplina financeira — poderá colocar a Mota-Engil numa posição mais fortalecida para o próximo ano de 2026, tanto em termos de desempenho operacional como de criação de valor para os seus acionistas. Ainda existem também novas adjudicações que não foram contabilizadas no último relatório e um apetite por continuar a aumentar a carteira de encomendas de uma forma diversificada.
No último ano, graças à melhoria dos resultados, a ação valorizou 80,2% mas ainda está correta e não alteramos o nosso conselho. Mantenha o título em carteira.
Revemos ligeiramente em alta as nossas estimativas para o lucro por ação em 2025 para 0,48 euros (antes 0,46) e mantemos sensivelmente a estimativa para 2026 para 0,52 (antes 0,51).