Axa, BNP Paribas, Schneider, Telefónica
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Axa mantém confiança na sua capacidade para manter os objetivos até 2026
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Axa mantém confiança na sua capacidade para manter os objetivos até 2026
Axa
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Os mercados reagiram com pouca convicção à divulgação dos indicadores de atividade referentes aos três primeiros trimestres de 2025.
No entanto, a Axa mantém confiança na sua capacidade para cumprir os objetivos definidos para o período 2024-2026, que preveem um aumento anual do lucro operacional por ação entre 6% e 8% (+8,5% em 2024 e +6% no primeiro semestre de 2025).
Nos três primeiros trimestres de 2025, a Axa registou um aumento de 7% das receitas com prémios brutos, o equivalente ao volume de negócios, e em linha com as previsões.
O crescimento continua sustentado pelos segmentos de seguro de vida e saúde, com os prémios a subir 9%. No ramo de seguros de património, a Axa mantém uma dinâmica positiva, com um acréscimo de 5% nas receitas (+4% nas empresas e +7% nos particulares).
O ponto menos favorável é o abrandamento do ritmo de subida dos prémios. A Axa continua igualmente bem posicionada para distribuir 60% dos lucros sob a forma de dividendos e 15% através de compras de ações próprias. O rendimento do dividendo para 2026 é estimado em 6,6%.
A Axa já prepara o período pós-plano 2024-2026, reorganizando a sua administração para a próxima fase de desenvolvimento.
BNP Paribas
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Os resultados ficaram abaixo das expectativas, penalizados pelo aumento das provisões nas atividades de mercado (sem detalhe publicado) e pelos custos de integração da Axa no grupo. As atividades de banca de retalho voltaram a crescer.
O BNP Paribas prossegue o plano para melhorar a rentabilidade nas divisões de banca de retalho e crédito ao consumo, mantendo os objetivos financeiros para 2025.
Schneider
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A Schneider confirma os objetivos financeiros para 2025, mas aponta agora para o limite inferior do intervalo: crescimento das receitas entre 7% e 10% e do lucro operacional ajustado entre 10% e 15%. Esta indicação reflete, uma vez mais, a grande prudência da administração, apesar dos bons resultados trimestrais.
Neste período, a Schneider registou uma progressão orgânica de 9% no volume de negócios. No entanto, foi de 4,4% devido ao efeito cambial negativo de 5% (perda do dólar face ao euro) um impacto cuja dimensão surpreende. Os motores de crescimento continuam sólidos.
A área de gestão de energia (volume de negócios: +9,7%) beneficia da forte procura dos centros de dados, sobretudo na América do Norte. Embora não divulgue a taxa de crescimento desta atividade em particular, indica que as perspetivas permanecem positivas, sustentadas pelo investimento das grandes tecnológicas.
A Schneider também aproveita a expansão da procura proveniente das infraestruturas elétricas. Já a divisão de automatismos industriais (+6%, incluindo software) voltou a crescer após vários trimestres de desaceleração, impulsionada por uma maior procura do setor industrial.
A Schneider continua bem posicionada em mercados para beneficiar do desenvolvimento dos centros de dados e da IA.
Telefónica
Vender
A Telefónica anunciou um plano que prevê um crescimento anual do volume de negócios e do lucro operacional ajustado (excluindo aquisições) entre 1,5% a 2,5% em 2025-28 e 2,5% a 3,5% em 2028-30. Objetivos muito ambiciosos no mercado altamente competitivo das telecomunicações.
A Telefónica registou apenas+1,1% de receitas e +0,9% no lucro operacional nos três primeiros trimestres de 2025. A operadora prevê aquisições no fragmentado mercado europeu, considerado a sua prioridade geográfica.
Contudo, será difícil devido à influência dos Governos nacionais e onde a questão do preço será determinante. Estão também previstos investimentos na cibersegurança, onde o crescimento não será fácil.
Para financiar operações e reduzir a dívida, a Telefónica cortará o dividendo relativo a 2026 de 0,30 para 0,15 euros. Um anúncio surpreendente sendo que o dividendo era um dos principais atrativos da ação. A Telefónica não exclui um aumento de capital.
O grupo prevê ainda poupanças de 2,3 mil milhões de euros até 2028, com o objetivo de atingir 3 mil milhões em 2030, (com modernização e menor perda de clientes). Nesta fase, os compromissos permanecem vagos.
A Telefónica procura retomar o crescimento. O plano 2026-2030 é ambicioso, mas as medidas apresentadas permanecem pouco concretas e o risco de deceção elevado