ENI, Porsche, Thales, VF Corp
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Porsche prevê um regresso ao crescimento já em 2026
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Porsche prevê um regresso ao crescimento já em 2026
ENI
Manter
No terceiro trimestre de 2025, a Eni voltou a crescer. O lucro líquido aumentou 5% para 0,76 euros por ação, depois de ter recuado cerca de 8% nos primeiros seis meses do ano.
Considerando apenas o terceiro trimestre, a produção de hidrocarbonetos subiu 6% (mantendo-se em ligeira queda nos nove meses), o que levou a administração da Eni a reforçar o plano de compra de ações próprias.
As notícias superaram as expectativas do mercado. Contudo, as nossas estimativas já eram mais otimistas do que a média, pelo que mantemos a previsão de lucro de 1,2 euros por ação para o conjunto de 2025.
Porsche
Manter
Os primeiros nove meses de 2025 foram marcados com uma acentuada queda do lucro (-96%) da Porsche. Este resultado era inevitável após o anúncio de custos extraordinários e 3,1 mil milhões de euros, relacionadas com a reorganização das atividades.
Segundo a própria Porsche, o ano de 2025 marcará o ponto mais baixo dos seus resultados, prevendo-se um regresso ao crescimento já em 2026. Estimamos agora lucro por ação de 0,62 euros em 2025 e de 2,3 euros em 2026. A cotação permanece corretamente avaliada.
Thales
Comprar
O terceiro trimestre trouxe um conjunto de boas notícias para o grupo de Defesa francês. O volume de negócios aumentou 11,2% em termos orgânicos e encomendas cresceram 37%.
Estes resultados superaram as previsões, impulsionados pelas excelentes performances das divisões de Defesa (receitas: +17%, encomendas: +51%) e Aeronáutica (+9,4% e +35%, respetivamente). Em contrapartida, a Cibersegurança enfrenta dificuldades (receitas -7,3%).
Segundo a Thales, uma aquisição recente ainda penaliza o bom funcionamento da atividade, mas prevê uma melhoria em 2026. A administração manteve também os objetivos para 2025, mas consideramos que poderão ser superados.
Outra boa notícia é a fusão das atividades de satélites com as da Airbus e da Leonardo. Este setor atravessa uma crise e tem perdido quota de mercado para concorrentes como a SpaceX, de Elon Musk.
A operação, prevista para 2027, permitirá partilhar investimentos, gerar sinergias, reduzir a concorrência na Europa e criar dimensão crítica à escala mundial. Resta confirmar se esta nova entidade conseguirá relançar as vendas e de que forma funcionará sob a influência dos Governos francês e italiano.
A Thales beneficia de uma conjuntura favorável nos setores da defesa e da aeronáutica pelo que reafirmamos o conselho de compra.
VF Corp
Manter
Os resultados do segundo trimestre de 2025/26 (encerrado a 27 de setembro de 2025) foram encorajadores. Após o plano de relançamento iniciado no ano anterior, a VF superou as previsões de receitas e de rentabilidade, embora mantenha uma postura prudente quanto ao futuro.
O volume de negócios aumentou 2% (-1% excluindo efeito cambial). O desempenho foi impulsionado pelas marcas The North Face (+6%) e Timberland (+7%), enquanto a Vans continua em terreno negativo (-9%). O lucro líquido por ação situou-se em 0,48 dólares.
O endividamento diminuiu 21%, graças à geração de liquidez e a racionalização do portefólio de marcas. Neste contexto, insere-se a venda da marca Dickies, para a qual a VF alcançou um acordo com a Bluestar Alliance no valor de 600 milhões de dólares.
A operação, cuja conclusão está prevista para o terceiro trimestre, permitirá concentrar recursos nas marcas mais estratégicas e reforçar a estrutura financeira da VF.
No âmbito da reorganização interna, o programa “Reinvent” continua em execução, com o objetivo de simplificar a organização e reduzir os custos estruturais. Para o terceiro trimestre, a VF prevê uma diminuição das receitas entre 3% e 1%. Não alteramos as nossas estimativas nem o conselho.