BlackRock, BNP Paribas, Michelin
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

ETF lançado pela BlackRock tem um sucesso internacional assinalável
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
ETF lançado pela BlackRock tem um sucesso internacional assinalável
BlackRock
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A BlackRock confirmou o seu estatuto de líder mundial na gestão de ativos ao divulgar resultados muito positivos no terceiro trimestre de 2025.
As comissões de gestão aumentaram 10% em termos orgânicos e o volume de negócios cresceu 25%. Excluindo custos com aquisições, o resultado operacional subiu 23%, superando as expectativas.
A principal surpresa positiva veio dos 205 mil milhões de dólares captados no trimestre, sendo 153 mil milhões apenas em ETF. Estes produtos continuam a atrair os investidores, que os utilizam para aplicar com baixos custos em tendências como o ouro ou a Bitcoin. O ETF lançado pela BlackRock e ligado à Bitcoin regista um sucesso internacional assinalável.
Outros ETF neste segmento mais especulativo serão lançados em breve. Perante a pressão sobre as margens nos ETF e com o objetivo de captar novas oportunidades de crescimento, a BlackRock tem vindo a expandir-se para áreas como o private equity e debt e as infraestruturas, sobretudo através de aquisições. Além disso, investiu 40 mil milhões de dólares na aquisição da Aligned Data Center, uma gestora de centros de dados.
A BlackRock continua a diversificar as fontes de receita, sobretudo via aquisições. Neste momento, a gestora apresenta resultados muito sólidos e beneficia do elevado sucesso dos ETF.
BNP Paribas
Manter
O banco mantém-se sólido face à crise política em França. Por enquanto, as incertezas não têm impacto visível no consumo nem no investimento das empresas gaulesas.
No entanto, o BNP Paribas, tal como a banca francesa, terá de lidar com um aumento dos custos ao se financiar nos mercados. A presença internacional do BNP atenuará parcialmente as dificuldades em França.
O banco concluiu recentemente a aquisição das atividades de banca privada do HSBC na Alemanha, aumentando em 50 mil milhões de euros o total de ativos geridos (277 mil milhões antes da aquisição). Será o quarto maior operador neste segmento na Alemanha.
O objetivo é aumentar o volume de negócios e a rentabilidade através da sinergia de custos, uma abordagem semelhante à adotada com a aquisição da gestão de ativos da Axa.
Esta evolução é bem-vinda pois enquadra-se no objetivo do BNP em aumentar o volume de negócios a um ritmo superior ao dos custos. Estão previstas poupanças de 600 milhões de euros em 2025 e 2026 (nomeadamente através do encerramento de agências).
A administração do BNP mantém o rumo e anunciou metas de rentabilidade dos capitais próprios tangíveis de 11,5% em 2025, 12% em 2026, 12,5% em 2027 e 13% em 2028. Os detalhes do plano 2027-2030 serão divulgados no início de 2027.
Michelin
Manter
A Michelin anunciou uma forte deterioração da atividade na América do Norte, com uma redução de cerca de 10% nos volumes de venda no terceiro trimestre.
A fraqueza deve-se à contração da procura por parte dos construtores de camiões e de maquinaria agrícola e a diminuição das vendas de pneus de substituição num quadro de debilidade económica.
As tarifas impostas pelos EUA afetaram igualmente a competitividade em termos de preços da Michelin, originando uma perda de margem de 200 milhões de euros em 2025 e a depreciação do dólar pesa sobre a tesouraria.
Assim, o resultado operacional de 2025 deverá situar-se entre 2,6 e 3 mil milhões de euros (taxas de câmbio constantes), face aos mais de 3,4 mil milhões inicialmente previstos.
Paralelamente, a tesouraria disponível (para dividendos e amortização de empréstimos) deverá situar-se entre 1,5 e 1,8 mil milhões de euros (antes acima de 1,7 mil milhões). Estimamos agora lucro por ação de 2,3 euros em 2025 (antes 2,7 euros) e de 2,8 euros para 2026 (antes 3,2 euros).
Embora a revisão das previsões afete a confiança dos investidores, resulta de fatores conjunturais. A Michelin mantém-se resiliente no longo prazo, sustentada pela estratégia de inovação, nomeadamente no segmento de pneus para veículos elétricos.