DEME: mudança de conselho
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

O volume de negócios da DEME aumentou na primeira metade do ano
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
O volume de negócios da DEME aumentou na primeira metade do ano
No primeiro semestre, o volume de negócios aumentou 10%, impulsionado pela instalação de parques eólicos offshore, que cresceram 27% e representam já 52% do total.
A margem EBITDA atingiu o valor recorde de 21,9%, acima dos 18% registados no primeiro semestre de 2024 e dos 15% em 2023. O lucro por ação avançou 27% para 7,08 euros.
No segmento de eólico offshore, a margem EBITDA mais do que duplicou, atingindo 31,4%, beneficiando da elevada taxa de utilização da frota, de indemnizações pela rescisão de um projeto nos EUA e ainda da venda de um navio.
Em sentido contrário, a área de dragagens, responsável por 45% do volume de negócios, registou uma quebra de 4%, com a margem EBITDA a cair para 12,3% (19,1% no primeiro semestre de 2024). Este desempenho resulta da suspensão parcial do projeto da ilha energética Princesa Elisabeth e da entrada em manutenção de várias embarcações.
O caderno de encomendas ascende a 7,5 mil milhões de euros, o que assegura boa visibilidade para o segundo semestre de 2025 e parte de 2026. Contudo, fica abaixo dos 8,2 mil milhões do final de 2024, refletindo uma diminuição tanto na área de dragagens como no eólico offshore.
Para 2025, a administração da DEME mantém a meta de receitas semelhante à de 2024, mas ajustou em alta a previsão de margem EBITDA (ligeiramente acima dos 20%). Estimamos lucros por ação de 12,10 euros em 2025 (antes 11,90 euros).
Apesar da boa performance recente, a ligeira redução do caderno de encomendas levanta dúvidas quanto à evolução em 2026 e 2027. Os investidores em energia eólica offshore têm vindo a reduzir os novos projetos, incluindo na Europa, principal mercado da DEME, devido ao aumento dos custos, dificuldades de financiamento, constrangimentos na cadeia de produção e incerteza geopolítica.
A DEME continua a ser atrativa no longo prazo, beneficiando da transição para as energias renováveis. Contudo, a redução do caderno de encomendas leva-nos a ser mais prudentes. Alteramos o conselho para manter.