Anglo American, BAE Systems, Generali
Publicado em: 12 junho 2025Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Anglo American
Manter
A Anglo American prossegue a sua reestruturação. Depois de alienar os ativos no carvão e no níquel, vendeu em bolsa a Anglo American Platinium (renomeada Valterra). Ainda mantém 19,9% do capital, mas prevê reduzir essa participação gradualmente.
A operação correu bem devido à manutenção da procura dos carros a motor térmico, que utilizam paládio e platina para reduzir a poluição. A próxima etapa da Anglo American será a venda da De Beers. A unidade de diamantes, detida em 85%, enfrenta dificuldades devido à queda da procura e elevada oferta. Segundo a imprensa, esses ativos despertam o interesse de empresas indianas de diamantes e de fundos de investimento do Qatar.
A venda desta atividade, com prejuízo em 2024, não deverá gerar muito capital para a Anglo American e uma entrada em bolsa da De Beers também está em cima da mesa.
Ao centrar-se no cobre, a Anglo American quer beneficiar da subida esperada da procura impulsionada pela transição climática e pela eletrificação. Prevê investir 26 milhões de dólares numa mina no Peru para aumentar a produção e prolongar a sua vida útil.
Pode manter a Anglo American, mas venda as ações Valterra que recebeu com a operação. Esta ação apresenta um risco demasiado elevado para permanecer em carteira.
BAE Systems
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Para responder às ameaças da Rússia (forte presença marítima no Atlântico Norte), aos ciberataques, ao risco nuclear (ameaça russa e norte-coreana) e à retirada progressiva das capacidades americanas da Europa para o teatro asiático, o primeiro-ministro britânico quer remodelar as forças armadas.
Os investimentos anunciados há poucos dias incidirão sobretudo sobre a Marinha. A Royal Navy receberá 12 novos submarinos nucleares, contra os seis atualmente em serviço.
Estas medidas beneficiam as empresas britânicas de defesa como a BAE Systems, que projeta e constrói submarinos nucleares. Ao longo dos anos, a BAE Systems tornou-se um ator incontornável no setor da defesa a nível mundial, incluindo nos Estados Unidos, onde realiza 49% do seu volume de negócios.
Neste mercado, a BAE Systems obteve um contrato de 1,2 mil milhões de dólares para equipar o exército norte-americano com 10 satélites de rastreio de mísseis. A BAE Systems também pode beneficiar das medidas do plano europeu SAFE, destinado a rearmar a Europa.
Ao anunciar um plano para reforçar as forças armadas, o Reino Unido impulsionou principalmente as cotações das empresas de defesa britânicas. A BAE Systems é uma das mais beneficiadas e já valorizou mais de 65% apenas desde o início de 2025.
Generali
Manter
Há muito tempo que a Generali está no centro das manobras estratégicas da banca italiana, graças à posição de destaque que ocupa no setor da gestão de poupança. É precisamente esse património que o Banca Monte dei Paschi di Siena (MPS) pretende alcançar com a operação de oferta pública de troca lançada sobre a Mediobanca.
Este banco, que é atualmente o principal acionista da Generali, tenta defender-se do ataque do MPS “garantindo” a Banca Generali. O papel da Generali poderá ser determinante na assembleia da Mediobanca marcada para 16 de junho. Nessa assembleia, os acionistas deverão decidir se autorizam ou não o conselho de administração a iniciar as negociações da oferta pública de troca sobre a Banca Generali.
Nos últimos dias, vários dos principais acionistas da Mediobanca já anunciaram como votarão. Contudo, dado o nível de participação muito elevado (fala-se de mais de 80%), será necessário um número significativo de votos para aprovar a proposta.
Um desfecho positivo está longe de ser garantido. Por esse motivo, a cotação da Generali, que vinha a subir graças aos bons resultados e ao entusiasmo dos mercados com estas operações estratégicas da banca, abrandou nas últimas sessões. O mercado aguarda desenvolvimentos que não deverão tardar.