IBM, Schneider, Telecom Italia, UBS
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A aquisição da Confluent pela IBM é coerente com a viragem estratégica para a cloud híbrida e a IA
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A aquisição da Confluent pela IBM é coerente com a viragem estratégica para a cloud híbrida e a IA
IBM
Manter
O gigante do software e consultoria apresentou uma oferta pública de aquisição amigável sobre a Confluent, empresa especialista na difusão de dados em tempo real, nomeadamente para modelos de IA. É a maior aquisição da IBM desde a compra da Red Hat (cloud híbrida) em 2019.
A operação deverá estar concluída em meados de 2026 e implica um preço elevado. São 11 mil milhões de dólares (4% da capitalização bolsista), sendo um prémio de 50% face à cotação da Confluent antes dos primeiros rumores. Ainda assim, a aquisição é coerente com a viragem estratégica para a cloud híbrida e a IA iniciada com a Red Hat.
Desde então, a IBM concentrou as aquisições sobretudo em empresas de software, mais rentáveis e promissoras do que a consultoria. Após anos de crescimento fraco, a IBM retomou uma trajetória mais favorável e prevê um crescimento superior a 5% das receitas em 2025 e antecipa um crescimento superior a 10% na área de software nos próximos anos.
A margem operacional deverá acompanhar esta evolução, com uma melhoria estimada de 1% por ano. Estimamos lucro por ação de 9,15 dólares em 2025 e 10,2 dólares em 2026. A Big Blue continua a reforçar-se na cloud híbrida e na IA com a aquisição da Confluent. As perspetivas de lucro para os próximos anos permanecem sólidas.
Schneider
Comprar
A Schneider publicou as grandes orientações para 2026-2030. Fiel à sua cultura, não avança para uma revolução nem para investimentos espetaculares como os de Wall Street nos últimos meses no domínio da IA. A Schneider prolonga a subida orgânica do volume de negócios entre 7% e 10% por ano entre 2026 e 2030.
Este crescimento estava anteriormente anunciado apenas até 2027. Ao manter o ritmo prudente, a Schneider responde às questões sobre a cadência de crescimento nos centros de dados utilizados na IA. O grupo continua a basear o desenvolvimento em três tendências: eletrificação, automatização e digitalização das empresas.
A Schneider anuncia igualmente um aumento da rentabilidade. A estratégia de reforço no digital permitirá depender menos da construção.
Até 2030, a Schneider retomará a compra de ações próprias até 3,5 mil milhões de euros (2,6% da capitalização) e alienará atividades que representam entre 1000 e 1500 milhões de euros de receitas, com o objetivo de melhorar a rentabilidade.
Embora positivas, estas notícias, não nos levam a rever em alta as nossas estimativas de lucro por ação para 2025 (8,5 euros) e 2026 (9,8 euros). A administração da Schneider faz anúncios que correspondem às expectativas dos investidores. A empresa tem agora de concretizar após um ano misto de 2025.
Telecom Italia
Manter
Após a valorização registada no início do ano, a cotação da Telecom Italia limita-se a evoluir lateralmente há mais de um mês. Do ponto de vista financeiro, o terceiro trimestre não trouxe surpresas relevantes. Também do ponto de vista especulativo, a ação atravessa uma fase de estagnação após um período particularmente movimentado.
Existem, ainda assim, novidades estratégicas, destacando-se o reforço da Sparkle no Chile, com a abertura de um novo ponto de presença em Santiago.
Com este desenvolvimento, os pontos de presença na América aumentam para 54, consolidando o papel da Sparkle na América Latina. A Sparkle mantém igualmente presença nos Estados Unidos.
Enquanto aguardamos o impacto nos resultados do último trimestre, estimamos um lucro por ação de 0,01 euros em 2025. O lucro por ação deverá aumentar para 0,02 euros em 2026 e em 2027.
UBS
Manter
O legislador suíço está a pressionar o UBS para reforçar os capitais próprios, nomeadamente uma melhor ponderação do risco das filiais estrangeiras. O UBS tem uma forte presença internacional e poderia, por isso, ter de mobilizar um volume significativo de capital adicional (24 mil milhões de dólares).
Nas últimas semanas, contudo, parece desenhar-se um compromisso. O UBS reforçaria menos os capitais próprios em contrapartida de um compromisso para limitar o desenvolvimento a banca de investimento, mais arriscada por estar estreitamente ligada aos mercados financeiros.
A Suíça não pretende sofrer uma perda de competitividade face a outros centros financeiros mundiais. Caso haja acordo, o UBS poderia investir mais recursos na gestão de fortunas, especialidade do UBS e com resultados menos voláteis, bem como na banca de retalho.
O UBS não teria igualmente de alienar ativos para gerar a liquidez necessária ao reforço dos capitais próprios. Por fim, um acordo daria ao banco maior visibilidade para prosseguir o aumento do dividendo e a compra de ações próprias.
O CEO reiterou que a estratégia passa por continuar a aumentar o dividendo e a compra de ações próprias, à semelhança da maioria das instituições bancárias. Os avanços sobre os requisitos de capitais próprios constituem notícias muito positivas.