A Mota-Engil, continua a captar projetos de grande dimensão, como o novo Hospital Lisboa Oriental. Em 2024, o volume de negócios atingiu os 5 951 milhões de euros (ME), um crescimento de 7% face ao ano anterior, impulsionado, sobretudo, pelo mercado africano, com um aumento de 15% na faturação, e da América Latina, que cresceu 8%. Em contrapartida, a Europa registou uma quebra de 12%, reflexo da venda das operações do grupo na Polónia.
O EBITDA subiu 14%, fixando-se nos 955 ME, com uma margem de 16% (15,1% no final de 2023). A aposta em projetos de engenharia industrial tem vindo a surtir efeitos na rentabilidade.
Apesar dos investimentos de 511 milhões de euros, nas áreas de ambiente e engenharia industrial, o rácio de dívida líquida/EBITDA manteve-se abaixo do valor máximo recomendado (2x o EBITDA) e fixou-se nos 1,8x.
Os lucros líquidos aumentaram 8%, para os 123 ME (0,41 euros por ação), o melhor resultado de sempre da construtora e acima das nossas expectativas. Este crescimento permitiu ao conselho de administração propor um dividendo de 0,1497 euros brutos por ação e antecipar em dois anos as metas estratégicas definidas para 2026 no plano "Building'26". A empresa já planeia um novo plano estratégico até 2030.
Além dos bons resultados anuais (prevíamos lucros de 0,36 euros por ação em 2024). O anúncio do plano europeu "Rearmar a Europa", no valor de 800 mil milhões de euros, e a intenção de Berlim de criar um fundo de 500 mil milhões de euros para investimentos em defesa e infraestruturas levaram as ações da Mota-Engil a valorizar cerca de 12% esta quarta-feira, dia 5 de março.
Revemos em alta as previsões de lucros para os 0,43 euros por ação em 2025 (antes 0,40) e 0,48 em 2026.
Os investimentos europeus em infraestruturas poderão ajudar a Mota-Engil a obter um crescimento relevante na Europa, numa altura em que se espera que os mercados da América Latina e África continuem com bom desempenho e que as margens continuem a melhorar ligeiramente. A cotação atual é justa, mantenha o título em carteira.
