Telefónica: mudança de conselho
Publicado em: 24 janeiro 2025Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
O CEO José María Álvarez-Pallete foi destituído, numa decisão inesperada aparentemente influenciada pelo Estado espanhol, que adquiriu uma participação de 10% do capital em 2024.
Marc Murtra, anteriormente presidente da Indra Sistemas (empresa controlada pelo Estado), assume agora a liderança da Telefónica. É uma mudança negativa, dado que a intervenção estatal na gestão de empresas privadas tende a resultar em decisões subótimas para os acionistas.
Além disso, as perspetivas para a Telefónica permanecem pouco animadoras. Tanto o volume de negócios como o lucro operacional deverão, segundo a administração, manter-se apenas estáveis até 2026.
Em Espanha, (27% das receitas), a concorrência intensificou-se, enquanto no Brasil, o segundo maior mercado (21% das receitas), a filial Telefônica Brasil enfrenta riscos devido à deterioração da conjuntura económica e política.
Adicionalmente, o endividamento da Telefónica permanece historicamente elevado, apesar de a estratégia de redução de dívida ser um objetivo há anos. Para 2024 e 2025, estimamos lucro por ação de 0,3 euros e 0,32 euros.
A história mostra que a influência estatal resulta em fracos desempenhos em bolsa. Embora a avaliação esteja alinhada com a de outros operadores europeus passamos a aconselhar a venda da Telefónica.