A área de Engenharia e Construção (E&C) cresceu 4% e alcançou os 3 675 milhões de euros, 89% do total do volume de negócios. Foi impulsionada pela atividade na América Latina (+11%). Em contrapartida, a Europa (-8%) e África (-3%) foram afetadas, respetivamente, pela venda das atividades na Polónia e pela fase inicial de execução de projetos de grande escala.
O EBITDA registou um aumento de 11%, situando-se nos 609 milhões de euros, o que representa uma melhoria da margem EBITDA para 14,7%, face aos 13.7% do mesmo período do ano anterior.
Esta evolução deve-se a uma gestão eficiente e à maior contribuição de projetos de engenharia industrial, com uma margem sólida de 30%. Os projetos em fase inicial em África e na Europa terão maior impacto nos próximos trimestres.
Os lucros líquidos da Mota-Engil subiram 51% em termos homólogos, atingindo os 77 milhões de euros (0,26 euros por ação).
A carteira de encomendas continua a atingir novos recordes e chega agora aos 14,8 mil milhões de euros, com destaque para os contratos de grande dimensão adjudicados no México, Angola e Nigéria.
A empresa ainda sublinha que este valor não inclui projetos recentemente assinados, como o troço Porto-Oiã do comboio de alta velocidade ou os contratos na Costa do Marfim, Mali e Etiópia.
Revemos ligeiramente em baixa as previsões de lucros para os 0,36 euros por ação em 2024 (antes 0,37) e 0,40 em 2025 (antes 0,41).
Conselho
No início do ano achámos que a euforia em torno da Mota-Engil era um pouco exagerada. Isto porque o grande aumento da carteira de encomendas estava longe de garantir que o mesmo acontecesse com os lucros. Uma vez que se trata de um setor com margens muito estreitas e uma empresa com um nível altíssimo de endividamento.
Neste momento, parece-nos que a correção pode estar a ser forte demais. Apesar de não ter correspondido às enormes expectativas do mercado, a Mota-Engil tem conseguido aumentar as margens e a carteira de encomendas, já em máximos históricos, continua a crescer.
Para já mantemos o conselho de manter o título em carteira visto que, provavelmente, os resultados do fim do ano também poderão desiludir alguns investidores mais otimistas. Mas estaremos atentos a possíveis novas correções da cotação que justifiquem uma oportunidade de compra.