A carteira de encomendas também cresceu significativamente, atingindo um novo máximo de 13,72 mil milhões de euros, com a adjudicação de novos contratos no valor de 3,3 mil milhões apenas no primeiro semestre. Adicionalmente, foram assinados novos projetos no valor de 1,3 mil milhões de euros após o fecho do semestre, o que reforça ainda mais a robustez da carteira de encomendas da Mota-Engil.
O EBITDA registou um aumento de 12%, atingindo 396 milhões de euros, com uma melhoria na margem para 15%, comparativamente aos 14% do mesmo período do ano anterior. A dívida líquida diminuiu para 1268 milhões de euros, o que resulta num rácio dívida líquida/EBITDA de 1,44 vezes, quando há um ano estava em 1,98.
Apesar dos resultados apresentarem uma melhoria significativa face aos períodos anteriores, ficaram, mesmo assim, abaixo das expectativas do mercado, que eram bastante elevadas. Por isso, a cotação teve uma queda a rondar os 10% no dia em que os resultados foram divulgados. Revemos em baixa as previsões de lucros para os 0,37 euros por ação em 2024 (antes 0,40) e 0,41 em 2025 (antes 0,44).
Conselho
Apesar dos resultados terem ficado aquém das elevadas espectativas do mercado, a Mota-Engil provou que consegue materializar a enorme carteira de encomendas em lucros. O envolvimento em grandes projetos, como a linha de alta velocidade Lisboa-Porto ou novas construções industriais e logísticas no México dão boas perspetivas para o futuro.
O principal problema continua a ser o elevado endividamento, mas até nisso os ventos sopram a favor da Mota-Engil, uma vez que as taxas de juro deverão começar a descer. Pode manter.