Os CTT surpreenderam ao anunciar um aumento de 66,2% do lucro de 2023, para os 0,43 euros por ação. O desvio positivo face às previsões deve-se a um menor nível de imposto. Mas, a subida dos resultados está alicerçada num bom desempenho operacional que mais do que compensou a deterioração dos resultados financeiros, originada pela subida das taxas de juro.
As receitas cresceram 8,7%, com o forte contributo do negócio Expresso e Encomendas (+31,5%), que dá sinais consistentes de crescimento, e do Banco CTT (+17,3%), que beneficiou das subidas da carteira de crédito e das taxas de juro. O Correio (-5,8%) manteve a tendência estrutural de declínio e, pelo primeiro ano, pesou menos de 50% das receitas (44,1%).
O crescimento do comércio eletrónico e ganhos de quota de mercado levaram a que os CTT tivessem atingido volumes recorde em Portugal e Espanha. No quarto trimestre, e pela primeira vez, o negócio das encomendas foi o que mais contribuiu para as receitas.
A proposta de dividendo de 0,17 euros por ação também superou as previsões e os 0,125 euros do ano anterior. Subimos as estimativas de lucros por ação, de 0,33 para 0,35 euros, em 2024 e de 0,36 para 0,37 euros, em 2025.
Conselho
Os resultados de 2023 mostraram que a transformação da atividade do grupo começa a dar frutos e que o Expresso e Encomendas será mesmo o motor de crescimento futuro. Pode manter.