O Grupo Impresa registou 86 milhões de euros (ME) de receitas no primeiro semestre, menos 2,5% que no mesmo período do ano anterior.
Este declínio de 2,2 ME pode ser atribuído principalmente à diminuição das receitas provenientes do segmento de TV, que caíram para 73,4 ME (-4,8%).
No entanto, os proveitos do segmento de Publishing tiveram um crescimento notável de 13,8%, totalizando 12 ME.
Uma gestão eficiente dos custos operacionais contribuiu para uma redução de 1,1% dos mesmos, um indicador positivo que reflete a otimização da grelha de programação televisiva.
No entanto, o EBITDA do Grupo sofreu uma diminuição significativa de 31,6%, fixando-se nos 2,9 ME, em comparação aos 4,2 milhões registados no primeiro semestre de 2022.
Já a dívida remunerada líquida aumentou 3,6%, atingindo 145,2 milhões de euros.
O resultado líquido negativo de 4 ME (-0,024 euros por ação) é motivo de preocupação, representando um agravamento de 86,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda nas receitas de TV é mesmo o que suscita mais preocupações. Apesar da SIC se manter na liderança das audiências, a tendência deste ano não tem sido positiva.
Os dados mais recentes indicam 14,6% de share para a SIC contra 14% da TVI e 10,5% da RTP. No entanto, no início do ano, a percentagem da SIC rondava os 16%.
O futuro do Grupo vai além do publishing e da televisão, integrando áreas em grande expansão, como o streaming, o branded content e o áudio.
Destaque para a área de streaming, que representa uma aposta transversal no setor dos media e para a qual a Impresa está particularmente bem posicionada face à concorrência nacional, devido à aposta pioneira na Opto e nos canais FAST.
Conselho
Os resultados semestrais atuais da Impresa refletem um panorama misto, com desafios evidentes na queda das receitas de TV e no decréscimo dos resultados líquidos.
No entanto, o crescimento no segmento de Publishing, a liderança da SIC e as possibilidades do streaming, branded content e áudio dão indicações favoráveis.
Diante deste cenário, as nossas previsões de lucro foram revistas em baixa para 0,004 euros em 2023 (0,034 antes) e 0,011 euros em 2024 (0,036 euros anteriormente).
Mantenha em carteira.