As vendas totais da Corticeira Amorim atingiram 539 milhões de euros (ME) durante o primeiro semestre, um ligeiro decréscimo de 1,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Esse decréscimo é, em parte, atribuído a efeitos cambiais desfavoráveis, especialmente na Unidade de Negócio Rolhas, que foi mais impactada pela desvalorização do dólar.
Contudo, excluindo esses efeitos, as vendas consolidadas registam ainda assim uma queda de 0,8%.
A desaceleração da atividade no setor da construção afetou negativamente as UN de Aglomerados Compósitos (-5,8%) e Revestimentos (-35,9%).
Também responsáveis pela evolução negativa e inesperada das vendas.
Um destaque positivo foi o crescimento de 5,4% nas vendas da UN Rolhas, que totalizaram 423 ME durante os primeiros seis meses do ano.
Esse crescimento é atribuído principalmente à melhoria do mix de produtos e ao aumento de preços.
A UN Rolhas representou 78% das vendas consolidadas da empresa.
O EBITDA registou um crescimento de 5,8% em comparação com o período homólogo de 2022, atingindo 103,8 ME.
Esse crescimento é principalmente resultado de poupanças nos custos operacionais, incluindo a redução dos preços de energia, que mais do que compensaram os aumentos nos custos de consumo de cortiça e custos com pessoal.
O resultado líquido aumentou em 8,0%, totalizando 51,4 ME (0,39 euros por ação) no final do primeiro semestre de 2023.
Apesar dos desafios cambiais e do contexto adverso no setor de construção, a Corticeira Amorim demonstra capacidade de controlar os custos e obter crescimento dos resultados mesmo com um decréscimo das vendas.
A dívida remunerada líquida está nos 187 ME, um crescimento de 58 ME face ao final de 2022.
No entanto, este aumento é justificado pelo investimento em ativo fixo (46 ME) e o pagamento dos dividendos (27 ME).
Foi também anunciada a compra por 12 ME de 55% da empresa suíça VMD que tem atividade nas áreas de produção e comercialização de rolhas, cápsulas e outros produtos enológicos.
Não é uma aquisição de grande dimensão e o risco também é baixo. Pelo que o impacto no futuro próximo deverá ser limitado.
Conselho
Ainda que ligeira, a diminuição das vendas leva-nos a rever muito levemente em baixa as nossas previsões de lucros por ação.
Esperamos agora 0,66 euros em 2023 (antes 0,67) e 0,72 euros em 2024 (antes 0,73). Mantenha o título em carteira.