A margem EBITDA «manteve-se estável em relação a 2021 (16,1%), apesar das pressões inflacionistas nos preços de energia e matérias-primas.
Os lucros anuais subiram 31,6% para 98,4 milhões de euros, ou seja, 0,74 euros por ação.
Estes resultados ficaram acima das expectativas, em parte, por culpa da integração das aquisições de 50% do capital da Saci e de grande parte da Herdade de Rio Frio nas contas anuais.
No entanto, o principal fator foi uma decisão favorável das autoridades fiscais que permitiu à empresa pagar apenas 5,9 milhões de euros em impostos em 2022 (5,1% do resultado antes de impostos).
Já a dívida líquida da Corticeira Amorim, triplicou para 129 milhões de euros. Dos quais, 90,5 milhões se devem às tais aquisições da Saci e Herdade de Rio Frio.
Apesar da atual conjuntura de taxas de juro crescentes penalizar o aumento de divida, a utilização da mesma em investimentos com alta expectativa de retorno será sempre potencialmente benéfica.
Além disso, 40% do endividamento da Corticeira tem taxa fixa e, portanto, não é afetado pelas flutuações das taxas de mercado.
Tal como o dividendo pago em 2022 o dividendo bruto relativo ao exercício de 2022 a ser pago em 2023, e que será aprovado na próxima Assembleia Geral de Acionistas (28 de abril) é de 0,20 euros por ação.
No entanto, em dezembro do ano passado, foi aprovada a distribuição de reservas livres no valor de 0,09 euros por ação. Elevando o valor total pago em 2022 para 0,29 euros por ação. É expectável que algo semelhante ocorra este ano.
O nosso conselho
O estável crescimento das receitas e a capacidade de manutenção das margens num cenário de inflação elevada levam-nos a rever ligeiramente em alta as previsões de lucros por ação, esperando agora 0,70 euros (antes 0,69) em 2023 e 0,76 euros em 2024.
As aquisições feitas durante 2022 já estão a dar frutos, contribuindo para os resultados sem prejudicar as margens. O que reforça a nossa confiança na empresa. Mantenha em carteira.