- Investimentos
- Ações
- Análises de Ações
- Investir na EDP Renováveis?
EDP Renováveis
ES0127797019

Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Investir na EDP Renováveis?
Há 12 dias - 24 de janeiro de 2023
Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Presente em 28 países, na Europa, América do Norte e do Sul e na Ásia, a EDP Renováveis é a quarta maior empresa mundial de energias renováveis, com uma capacidade instalada de 14,3 GW (mais 4,3 em construção) no final do terceiro trimestre de 2022. A sua atividade está dividida em três grandes áreas:
- Energia eólica onshore (produção de eletricidade através do vento gerado em locais terrestres). Foi a primeira e continua a ser a principal tecnologia usada pelo grupo (87% da sua capacidade instalada atual).
- Energia eólica offshore. Os parques eólicos em alto mar vão ter um peso cada vez maior no negócio da EDP Renováveis, que está a desenvolver projetos nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Portugal, Polónia e Coreia do Sul.
- Energia solar, que é uma das fontes de energia mais abundante e limpa. A energia solar fotovoltaica é a aposta mais recente da EDP Renováveis, com os EUA a serem o mercado alvo (graças aos apoios concedidos), a par do sudeste asiático, onde o grupo adquiriu, no final de 2021, a empresa de energia solar de Singapura Sunseap por 600 milhões de euros. Estão também a ser avaliados projetos na Europa, Brasil e México.
A EDP Renováveis, que é detida em 75% pela EDP, opera em toda a cadeia de valor, desde o desenvolvimento dos projetos, passando pela sua construção e terminando na operação dos parques, o que lhe permite ter um bom know-how em todas as fases do negócio.
Setor com elevado potencial
A necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa é um dos maiores desafios do século XXI e a aposta em energias “verdes” é uma estratégia crucial e cada vez mais global para atingir a meta da neutralidade carbónica em 2050. Para isso, as adições de nova capacidade de produção a partir de fontes renováveis terão de aumentar muito (de 80 GW anuais para 250-300 GW).
Além do bom crescimento previsto, o setor tornar-se-á cada vez mais competitivo, já que os avanços tecnológicos permitirão continuar a baixar os custos de produção de eletricidade a partir das renováveis.
Estratégia bem delineada
No plano estratégico 2021-2025, a EDP Renováveis deu um novo impulso à sua atividade, duplicando o ritmo de crescimento. O objetivo é adicionar 20 GW de nova capacidade até 2025, cerca de 4 GW por ano. Além disso, para financiar o crescimento, para além do aumento de capital de 1500 milhões de euros realizado em 2021, o grupo quer encaixar 8 mil milhões de euros com alienações de ativos, dos quais já assegurou 3,4 mil milhões de euros.
Esta estratégia de rotação de ativos sempre foi um dos pilares estratégicos do grupo, já que, como é nas fases iniciais dos projetos que se cria mais valor, ao vender parte ou até a totalidade de alguns parques já em operação, o grupo pode reinvestir em novos projetos. Desta forma, a EDP Renováveis consegue também controlar melhor a dívida, num setor que exige grande investimento de capital.
Outro vetor importante da estratégia do grupo é a celebração de contratos de venda de energia a longo prazo, o que lhe permite diminuir o risco associado às flutuações de mercado do preço da eletricidade e ter fluxos de caixa mais estáveis e previsíveis.
Ação com potencial
Os resultados da EDP Renováveis têm crescido de forma consistente desde 2017, tal como o dividendo que, porém, ainda é baixo (rendimento bruto esperado de apenas 0,5%) devido à fase de expansão e investimento em curso.
A nível financeiro, a estratégia de acelerar o crescimento implicou subir a dívida em 2022. Mas, o balanço é sólido (autonomia financeira superior a 30%) e 65% da dívida é a taxa fixa, o que atenua o impacto da subida das taxas. Em bolsa, a EDP Renováveis está 22,6% abaixo do máximo histórico, de agosto de 2022, mas não está barata. Avaliamos a ação como correta pois os rácios bolsistas um pouco acima da média justificam-se pelas boas perspetivas de crescimento.
A empresa divulgará resultados anuais a 28 de fevereiro. Por agora, prevemos lucros de 0,64 euros por ação em 2023 e de 0,66 em 2024.
As análises e os conselhos dos nossos especialistas estão reservados para membros.
Registe-se, gratuitamente, para ler este conteúdo exclusivo Já é membro? Por favor inicie sessão