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Reforma: conte com perdas de 30% no seu rendimento
Há 5 anos - 19 de julho de 2017Há quantos anos ouve falar na falência dos sistemas de segurança social? Saiba, antes de mais, que se está em idade ativa, mas ainda lhe faltam alguns anos para “pendurar as chuteiras”, a perda de rendimento que o espera poderá andar na ordem dos 30%.
Fizemos seis simulações de cálculo da pensão de reforma: três para quem tem um salário mensal de 1500 euros e as outras três para quem recebe atualmente 3000 euros por mês.
As simulações referem-se a quem tencione reformar-se dentro de cinco, 10 e 20 anos. Assumimos aumentos anuais de salário na ordem dos 2% e chegámos ao valor que irá obter à data da reforma, bem como à pensão que daí resultaria.
Depois, calculámos a diferença e chegámos ao valor da perda de rendimento. Por exemplo, quem ganhe atualmente um salário de 3000 euros e tencione reformar-se dentro de 10 anos, nos nossos pressupostos, que são meramente teóricos e a título de exemplo, terá um salário de 3675 euros e uma pensão de 2553 euros. Assim, há uma clara redução, cerca de 30% do rendimento.
Nos restantes cenários, as perdas são as mesmas, em termos relativos. Por uma questão de simplificação, estamos sempre a falar de valores brutos, não consideramos nestas simulações a retenção na fonte para efeitos de IRS, que variam consoante as situações (casado, não casado, único titular ou dois titulares, com ou sem dependentes), nem as contribuições para a Segurança Social.
Seja como for, há uma conclusão que salta à vista: prepare-se para uma redução substancial do seu rendimento...
Já devia ter começado a poupar
Perante estes cenários, para manter o mesmo nível de rendimento quando chegar à idade da reforma, tem apenas uma solução: começar a poupar o quanto antes.
Essa é a constatação que resulta da segunda parte das nossas simulações. No quadro, apresentamos também as simulações do montante que deve acumular numa poupança individual para que, ao atingir a reforma aos 68 anos, consiga manter o mesmo rendimento por mais 10 anos. Ou seja, até aos 78, e dessa forma compensar a perda de rendimento das pensões do sistema público. E porquê aos 68 anos, já que a idade da reforma, neste momento, é de 66 anos e 3 meses (em 2018 aumentará um mês)? Porque segundo as previsões da própria Segurança Social, previsivelmente, daqui a duas décadas, a idade poderá passar a 68 anos e seis meses, tendo em conta o aumento da esperança média de vida.
Por último, partindo do valor do pé-de-meia que deverá ter na idade de reforma, calculámos quanto teria de poupar por mês até essa idade em dois produtos diferentes: um a render 4% (semelhante ao rendimento passado da nossa Escolha Acertada de seguro PPR com capital garantido) e outro a render 9% (semelhante ao rendimento anual passado da Escolha Acertada do PPR sob a forma de fundo).
Na ferramenta “Cálculo da renda mensal” definimos uma inflação de 2% para duas aplicações a 10 anos, uma a render 4% e outra a render 9% ao ano. E, por tentativas, chegámos aos valores aproximados de uma renda mensal que iria compensar as respetivas perdas em cada um dos seis cenários.
Por exemplo, quem tem um salário atual de 1500 euros e está a 20 anos da reforma, vai ter, de acordo com o cenário que traçámos, uma perda de rendimento de 638 euros. Assim, necessita de um montante de 69 500 euros à data da reforma, aplicado a 4%, para poder receber mensalmente nos 10 anos seguintes um valor que iguale aquela perda.
Mas para atingir esses 69 500 euros tem de aplicar 237 euros por mês durante os 20 anos que faltam (desde que aplicados a 4%) ou então 112 euros, se aplicados ao rendimento anual de 9%. Esse resultado é obtido com o simulador “Cálculo da poupança mensal”.
E por que escolhemos estes dois rendimentos possíveis, a 4% e 9%? Porque são próximos do rendimento anual obtido pelas duas Escolhas Acertadas de PPR nos últimos três anos: o seguro com garantia de capital Lusitânia Poupança Reforma PPR obteve 4,2% ao ano e o fundo sem capital garantido Alves Ribeiro PPR obteve 9,2% ao ano.
Poupanças difíceis
Mesmo que opte pelos melhores produtos do mercado, ou seja, as nossas Escolhas Acertadas, será muito difícil compensar as perdas de rendimento se começar tardiamente a poupar para a reforma.
Por exemplo, se olharmos para os cenários de quem se tenciona reformar dentro de cinco anos, o esforço de poupança mensal é enorme: quem tem um salário de 1500 euros teria de pôr de parte 858 euros se optasse por aplicar no produto a 4% ou 613 euros, se o produto rendesse 9% ao ano, o que representaria uma fatia muito elevada do salário.
Tal poupança mensal seria muito difícil de concretizar, já que também é necessário acautelar as despesas do dia-a-dia. Ao iniciar a poupança para a reforma muito tarde, já depois dos 60 anos, nem sequer recomendamos um produto sem garantia de capital, o que lhe deixa apenas a hipótese do seguro de capitalização, cuja poupança mensal representaria um esforço superior a 50% do salário.
Por isso, não deixe a poupança para a reforma para quando já estiver a ver a data ao perto. Será quase impossível compensar a perda de rendimento, a menos que tenha outros bens (por exemplo, imóveis ou rendas de imóveis). Ou a menos que opte, caso tenha condições físicas e mentais para isso, por se reformar mais tarde, aproveitando uma bonificação ou continue a trabalhar depois da reforma.
Está na casa dos 40? Menos de 100 euros por mês é pouco
Não conhecemos exatamente o valor mensal que os aforradores portugueses aplicam nos produtos de poupança para a reforma, mas vamos supor que muitos colocarão de parte cerca de 50 euros.
Face às perdas de rendimento que calculámos, o ideal será reforçar a sua poupança mensal para valores superiores a 100 euros. E quanto mais cedo iniciar essa poupança, melhor. Não tem de fazê-lo necessariamente num PPR. Poderá começar aos 30 anos com uma carteira diversificada de fundos pois, como ainda lhe falta muito tempo até à reforma, poderá tirar partido do potencial de rendimento das bolsas.
Se já estiver na casa dos 50 anos, terá de poupar mais de 400 euros por mês na nossa Escolha Acertada de PPR de capital garantido ou mais de 200 no fundo PPR eleito sem capital garantido.
Aconselhamos os aforradores a estarem atentos ao rendimento das aplicações que subscrevem. Depósitos não são seguramente a aplicação indicada para poupanças de longo prazo, como a reforma, já que o rendimento é muito baixo. Muitos PPR também apresentam rendimentos dececionantes. Se já tem um, compare-o com os melhores do mercado e verifique qual o produto mais indicado para o seu perfil em www.ganhemaisnoppr.pt. Não se acomode e transfira para o PPR recomendado.
Independentemente dos valores calculados, a mensagem a reter é muito clara: conte com uma diminuição significativa de rendimento no momento da reforma face ao seu salário e, caso pretenda manter o nível financeiro, comece a poupar o quanto antes. Se não puder aplicar 100 ou 200 euros, consoante o seu nível salarial, aplique 50 euros e comece mais cedo.
Se antes se aconselhava um PPR a partir dos 40 anos, hoje a mensagem é bastante diferente: programe a sua reforma antes dessa idade. Só assim poderá minimizar a perda de rendimento das pensões.
Consulte o estudo completo na edição 1000 da Proteste Investe.
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