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Os 10 países com os melhores sistemas de pensões
Há 4 meses - 16 de janeiro de 2023
O sistema de Segurança Social nacional tem boas características, mas também grandes riscos e deficiências, aponta o estudo.
Este índice, publicado anualmente pela consultora norte-americana Mercer em colaboração com o CFA Institute, compara 44 sistemas de pensões, que abrangem 65% da população mundial. Sustentabilidade do sistema de reformas, adequação dos benefícios/valor das pensões e integridade (ou confiança no sistema de pensões) são os parâmetros analisados. A classificação, de 1 a 100, resulta da média ponderada destes três subíndices. Quando maior a pontuação, melhor.
Assim, de acordo com cada um dos parâmetros, a Islândia obtém a melhor classificação para “adequação” (85,8) e “sustentabilidade" (83,8). Em matéria de “integridade”, Finlândia é a vencedora (93,3). Os países com a classificação mais baixa são a Índia, para “adequação” (37,6), Áustria, para “sustentabilidade” (22,7), e Filipinas para “integridade” (30).
No cômputo geral, a Islândia surge em primeiro lugar, com o valor mais elevado (84,7), seguida de perto pelos Países Baixos (84,6) e da Dinamarca (82). No fim da lista, está a Tailândia, com 41,7.
TOP 10 dos países com os melhores sistemas de pensões em 2022
Posição | País | Adequação | Sustentabilidade | Integridade | Classificação final |
---|---|---|---|---|---|
1 | Islândia | 85.8 | 83.8 | 84.4 | 84.7 |
2 | Países Baixos | 84.9 | 81.9 | 87.8 | 84.6 |
3 | Dinamarca | 81.4 | 82.5 | 82.1 | 82 |
4 | Israel | 75.7 | 81.9 | 83.2 | 79.8 |
5 | Finlândia | 77.5 | 65.3 | 93.3 | 77.2 |
6 | Austrália | 70.2 | 77.2 | 86.8 | 76.8 |
7 | Noruega | 79 | 60.4 | 90.3 | 75.3 |
8 | Suécia | 70.6 | 75.7 | 79.5 | 74.6 |
9 | Singapura | 77.3 | 65.4 | 81 | 74.1 |
10 | Reino Unido | 76.5 | 63.9 | 83 | 73.7 |
24 | Portugal | 84.9 | 29.7 | 73.9 | 62.8 |
Fonte: Mercer CFA Institute Global Pension Index |
Portugal tem margem para melhorar
Portugal ficou na 24ª posição, mais ou menos, a meio da tabela. O nosso país, que integra, pela primeira vez, este estudo, foi penalizado pela baixa classificação em matéria de “sustentabilidade” (29,7) da Segurança Social. Em contrapartida, ficou na segunda posição em “adequação” (84,9). Segundo o relatório, o sistema de Segurança Social nacional tem boas características, mas também grandes riscos e deficiências, que devem ser colmatados. Sem melhorias, a sua sustentabilidade a longo prazo pode ficar em causa.
Portugal tem um sistema com três pilares: um sistema de pensões público garantido, pay as you go, e dois regimes complementares privados de poupança voluntária (PPR e fundos de pensões ligados às profissões ou aos empregadores). A cobertura deste último pilar é, contudo, muito reduzida.
Para melhorar o score de 62,8 que Portugal obteve, o relatório aponta algumas soluções: aumentar a cobertura dos planos de pensões privados, elevando as contribuições e os níveis de ativos provisionados para o futuro; reduzir o nível da dívida pública; subir a taxa de participação da força de trabalho até idades mais avançadas à medida que a esperança de vida aumenta. Isto é, aumentar a idade da reforma.
O futuro das pensões
O responsável do estudo, David Knox, destaca a importância de sistemas de reforma robustos à luz da crescente incerteza. “Há algum tempo que as pessoas vêm assumindo mais responsabilidade pelas suas poupanças para a reforma. Estamos perante uma conjuntura complexa e volátil: inflação elevada, subida das taxas de juro e maior incerteza sobre o rumo da economia. Apesar das diferenças sociais, políticas, históricas e económicas entre as várias geografias, estes desafios são universais. Embora a reforma dos sistemas possa levar tempo, os responsáveis políticos devem fazer tudo o que é necessário para que os sistemas de pensões sejam apoiados, desenvolvidos e bem regulamentados”, alerta.
O partner sénior da consultora norte-americana acrescentou ainda que, no futuro, “muitas pessoas não poderão contar com o apoio financeiro das suas antigas entidades patronais ou dos seus governos durante os anos de reforma. Portanto, é essencial que tomem as melhores decisões financeiras para maximizar os seus ativos para quando se reformarem.
Sendo a diversificação fundamental em qualquer estratégia de investimento, as pessoas devem procurar diversificar as suas poupanças de forma a obter um rendimento regular, proteção adequada e acesso ao capital, a que se somará a pensão de velhice atribuída pelo Estado. Dadas as muitas incertezas que enfrentam, as famílias terão de ponderar qual é o equilíbrio adequado entre estas variáveis.”
Na sua opinião, é fundamental entender se os sistemas de reforma de todo o Mundo serão ou não capazes de atender às necessidades e expectativas das suas comunidades nas próximas décadas. “Não existe uma resposta única ou perfeita. O melhor sistema é aquele que ajuda as pessoas a manterem o estilo de vida que tinham antes de se reformarem. Governos, empregadores, gestoras de fundos de pensões e Segurança Social devem usar toda a gama de produtos para que os indivíduos possam reformar-se com dignidade, confiança e segurança financeira”, concluiu.
Texto de Myriam Gaspar
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