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Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
Onde investir para ganhar dinheiro
Há um ano - 19 de abril de 2022
Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.

Quanto maior o prazo, mais riscos poderá assumir com vista a um melhor rendimento.
Para começar a investir, não tem de ser milionário. É certo que, se já tiver algum capital acumulado, terá mais opções onde investir, mas mesmo com pequenas quantias mensais é possível aceder a produtos financeiros rentáveis. Até um simples depósito a prazo consiste numa forma de investimento, embora não seja a melhor solução para ganhar dinheiro na maioria dos casos.
Seja para pagar os estudos universitários dos filhos, preparar o futuro após a reforma ou aumentar o património para deixar em herança, as regras que deve seguir para saber onde investir não são muito diferentes.
A meta é acumular capital e o que muda é o prazo. Quanto menos anos faltarem até ao objetivo, menos riscos deve correr e menor é a rentabilidade que pode alcançar. Por exemplo, uma carteira de investimentos, para ser resgatada daqui a poucos anos, deve ser mais conservadora do que uma cujo horizonte é de 10 ou mais anos.
E quanto mais cedo começar a poupar (e a investir bem), mais capital terá acumulado no futuro. A capitalização dos rendimentos fará o “milagre”.
Saiba onde investir o seu dinheiro e siga estes 5 passos recomendados pelos nossos especialistas.
1- Crie um fundo de emergência
Antes de pensar em “investir” deve criar uma rede de segurança financeira. A vida é repleta de imprevistos. Para não ter de mexer nos investimentos ou recorrer a empréstimos, crie um fundo de emergência.
Trata-se de um montante disponível para fazer face a eventualidades: problemas de saúde, reparações no seu imóvel ou automóvel, entre outros. Esse pé-de-meia deve ter um montante aproximado de seis vezes os gastos mensais habituais, o suficiente para se manter durante um semestre sem trabalhar.
Mas há outras variáveis a ter em conta. Um indivíduo que não tenha filhos nem crédito à habitação pode não necessitar de um montante tão elevado como outro que, usufruindo do mesmo salário, tenha esse tipo de encargos.
O dinheiro para enfrentar imprevistos deve estar “guardado” (aplicado) num produto financeiro sem risco de perda de capital, que possa ser facilmente levantado e sem custos. O foco não é rentabilidade, mas a segurança e a liquidez.
Atualmente, os depósitos a prazo são a solução menos má. Mesmo nos depósitos mais rentáveis, os juros são quase nulos, mas o capital está garantido e pode levantar o dinheiro em qualquer altura.
2- Invista sem risco: certificados e seguros
A perceção de segurança e de risco é subjetiva, mas há uma regra universal: quanto mais seguras forem as aplicações, menor será o seu potencial de rendimento. Correr riscos calculados nas decisões de investimento permite esperar uma rentabilidade maior, mas não está garantida. Por isso, é que se chama “risco”.
Para manter uma estratégia mais conservadora tem, além dos depósitos a prazo, produtos do Estado como os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Valor. São vendidos aos balcões dos CTT e através do serviço Aforro Net da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP.
Dispõe também dos seguros de capitalização. Tratam-se de produtos financeiros geridos por seguradoras e frequentemente vendidos pelos bancos. Em regra, estes seguros têm o prazo de oito anos, garantem o capital aplicado e definem um nível de remuneração.
De todos, qual preferir? Os Certificados do Tesouro foram, durante muito tempo, uma excelente opção de investimento com capital garantido. Na sua última versão, agora chamada de Certificados do Tesouro Poupança Valor, levam menos vantagem, mas ainda são interessantes se puder manter pelos sete anos.
3- Junte algum risco para ganhar mais
Agora que colocou de parte o dinheiro necessário para acautelar imprevistos, o restante capital deve ser aplicado numa ótica de longo prazo, para potenciar o rendimento. Neste capítulo, não há dois investidores iguais, mas a solução mais adequada para a maioria será aplicar as poupanças em fundos de investimento.
Apesar de o rendimento ser incerto (depende da carteira do fundo) e de não haver garantias de reaver o capital aplicado no momento em que decide resgatar, os fundos são diversificados por natureza, permitem aceder aos principais mercados financeiros mundiais com pequenas quantias e, se bem escolhidos, podem fazer crescer as suas poupanças de forma sustentada.
É um processo simples. Os fundos de investimento podem ser adquiridos nos bancos, nomeadamente através dos respetivos sites. Precisa apenas de algumas dezenas de euros para iniciar a aplicação e pode manter o fundo durante o tempo que desejar.
Recomendamos, no entanto, manter durante alguns anos para se proteger das oscilações das bolsas e não perder parte do que investiu. Quando pretender vender, transmita a ordem de resgate. Tem é de escolher os fundos! Primeiro precisa identificar os mercados (países, regiões divisas, setores económicos, entre outros) com as melhores perspetivas de valorização tendo em conta o risco.
Como alternativa, e se quer uma solução “chave na mão”, pode recorrer à nossa parceria com a Optimize.
4- Ouse mais um pouco com dinheiro de que não precisa
Se quer um rendimento mais elevado, a solução seguinte passa pelo investimento direto em ações de empresas. Esta solução pode abrir a porta a bons resultados, mas é exigente em termos de conhecimentos e de tempo.
Não é um casino. A sorte pode ajudar, mas não é determinante. O potencial investidor tem de analisar as perspetivas das empresas e manter um acompanhamento permanente da sua evolução. Claro que, para o auxiliar na decisão, pode contar com as análises e conselhos da Proteste Investe.
Atualmente, acompanhamos centena e meia de ações nacionais e estrangeiras, das quais 45 merecem a recomendação de compra. Tal como nos fundos de investimento, os conselhos baseiam-se numa metodologia comprovada.
As ações são negociadas nas bolsas (Euronext Lisboa, Nova Iorque, Londres, Frankfurt, entre outras). Para investir tem de ter conta num banco ou numa corretora que disponibilize o acesso ao mercado onde a ação está cotada.
Não terá dificuldade em negociar ações nas principais bolsas. Comprar e vender implica suportar comissões de transação, sendo também provável que suporte custos de manutenção da conta de títulos. Estas comissões variam consoante o banco e a bolsa onde os títulos são negociados. Em regra, tem de investir mais de 1000 euros por empresa, para diluir o peso dos custos.
Para outra solução “chave na mão” consulte a nossa parceria com o Banco Carregosa que replica a carteira de ações da Proteste Investe.
5- Acompanhe os investimentos
A necessidade de investir a longo prazo não significa que deve aplicar o dinheiro e depois esquecê-lo. É essencial fazer um acompanhamento regular dos investimentos e ajustá-los sempre que for necessário.
Até mesmo quando se vence um depósito a prazo é importante não cair no comodismo da renovação automática do banco e procurar novas alternativas. Nas ações e nos fundos, cujos resultados são mais voláteis, a proatividade é ainda mais importante. Como há momentos em que os mercados sobem bastante, se estiver satisfeito com o rendimento obtido, aproveite para resgatar alguns fundos ou vender as ações, colher os ganhos e procurar outros investimentos.
Em alturas de queda também há oportunidades, pois as cotações de mercados ou de empresas podem ter sido excessivamente penalizadas. Ao invés, pode acontecer as quedas serem justificadas por uma deterioração das expectativas, sendo preferível vender, assumir as perdas e partir para outra.
Para aumentar a disciplina, pode estabelecer limites. Por exemplo, se um mercado subir ou descer mais de 10%, pode resgatar parcialmente os fundos para encaixar ganhos ou minimizar as perdas. Esta abordagem é imprescindível quando investe diretamente em ações.
E claro que, quando se lançar nos investimentos, não escapa à fatura do Fisco, e terá de os declarar no IRS. Os ganhos são, em regra, alvo de tributação liberatória e o imposto é retido na fonte (28 por cento).
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