O nível mais elevado da inflação em janeiro nos EUA abalou o cenário (otimista) de cortes das taxas de juro em maio. Um declínio adicional da inflação não está em causa, mas este dado arrefeceu um pouco o ânimo dos investidores. O S&P 500 perdeu 0,4% na semana e o Nasdaq desceu 1,3%.
Na Europa, o cenário foi mais colorido, com o Stoxx Europe 600 a ganhar 1,4% graças ao setor financeiro (+1,9%) e a alguns bons resultados, nomeadamente no setor automóvel (+2,4%). Realce para as subidas de 7,6% da Michelin e de 5,8% da Stellantis.
No Japão, o Nikkei (+4,3%) aproximou-se do seu recorde histórico de 1989, estimulado pelos resultados e perspetivas de lucros das empresas anunciados recentemente.
O setor tecnológico americano (-2,5%) foi penalizado pela ligeira subida dos juros de longo prazo, com alguma realização de mais-valias em empresas como a Microsoft (-3,9%) e a Apple (-3,5%). Ainda assim, os semicondutores (+0,3%) fecharam em alta: a Nvidia ganhou 0,7%.
O setor de alimentação e bebidas ganhou 0,1% na Europa, apesar dos resultados dececionantes e as fracas perspetivas da Heineken (-6%). A AB Inbev (-3,6%), que divulgará os resultados a 29 de fevereiro, seguiu esta tendência negativa.
O setor siderúrgico ganhou 1% apesar das perdas elevadas da Thyssenkrupp (-13,4%) no primeiro trimestre de 2023/2024. A ArcelorMittal e a Aperam caíram 3,4 e 2,5%.
Acima dos 52 mil dólares, a Bitcoin atingiu o nível mais alto desde 2021. O lançamento de ETFs nos EUA ligados à Bitcoin e um esperado efeito de escassez na quantidade de Bitcoins em circulação reavivaram o otimismo em relação a este ativo.
Lisboa finalmente em alta
A bolsa de Lisboa (+1,2%) quebrou o enguiço dos últimos tempos e voltou aos ganhos na semana passada. O grande destaque vai para a Novabase (+15%), que foi a ação que mais subiu após apresentar bons resultados referentes a 2023. Ainda a nível de resultados, a Galp (-0,2%) também divulgou bons números.
Pela positiva, destaque igualmente para as valorizações do BCP (+4,4%), a beneficiar do possível adiamento dos cortes das taxas de juro, e para o setor da pasta e do papel, a beneficiar do cenário de subida dos preços. Navigator e Altri ganharam 3,5 e 2,8%.
Nota final para a Sonae (+0,6%) que não conseguiu o objetivo de atingir os 90% do capital da finlandesa Musti, na OPA que lançou sobre a empresa, ficando-se pelos 42,96%. A Sonae alargou o prazo da oferta.
Números da semana
+428%
Os lucros da Novabase cresceram 428% em 2023 devido à mais-valia de 39,8 ME obtida com a venda da Neotalent. A subida de 19% do EBITDA do segmento “Next-Gen” saiu como o esperado. Este segmento, que tem mais margem para crescer, passa agora a ser a única área da empresa.+9%
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), a guerra da Rússia na Ucrânia aumentou em 9% os gastos mundiais com defesa em 2023 e este ano prevê-se uma nova subida. Compre Thales, BAE Systems e Lockh. Martin.
Top subidas
Novabase +15,0%Atenor +9,4%
VF Corp +8,8%
PostNL +8,6%
Teva Pharma +8,4%
Top descidas
Alphabet A -5,7%
Zoetis -4,5%
Microsoft -3,9%
AB InBev -3,6%
Endesa -3,5%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | +1,4% |
EUA S&P 500 | -0,4% |
EUA Nasdaq | -1,3% |
Lisboa PSI | +1,2% |
Frankfurt DAX | +1,1% |
Londres FTSE 100 | +1,8% |
Tóquio NIKKEI 225 | +4,3% |
Variação das cotações entre 09/02/24 a 16/02/24, em moeda local.
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