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Qual o investimento mais rentável a 10 anos?

Multiplique os seus investimentos.

Quem se centrou apenas nas ações norte-americanas obteve o retorno mais elevado da década: 15% ao ano.

Publicado em: 27 fevereiro 2023
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Multiplique os seus investimentos.

Quem se centrou apenas nas ações norte-americanas obteve o retorno mais elevado da década: 15% ao ano.

O investimento em ações continua a ser o investimento mais rentável a longo prazo. Na última década, renderam mais do que os produtos de capital garantido.

Apesar das quedas de 2022, os mercados acionistas continuam a ser a melhor solução para investir. Uma carteira diversificada de ações globais, propiciada, por exemplo, por um fundo de investimento ou ETF, permitiu um ganho médio de 11,1% ao ano, na última década.

Claro que o percurso ao longo deste período não foi homogéneo. A queda das bolsas, em fevereiro de 2020, devido ao choque inicial da pandemia, e no ano passado, originada pela subida dos juros, traduziu sérios desafios, sendo um teste à resiliência.

A tentação de ceder ao pânico e vender é, porém, quase sempre, contraproducente, como ficou patente na astronómica recuperação dos mercados após o primeiro impacto da pandemia. Quem se centrou apenas nas ações norte-americanas obteve o retorno mais elevado da década: 15% ao ano. 

Todavia, o elevado peso das ações tecnológicas implica ter mais “capacidade de encaixe”, conforme demonstrou a queda do Nasdaq, em 2022. 

Do outro lado do espetro, as ações nacionais ficaram-se por apenas 3,6%, uma performance dececionante, ainda que o ano passado tenha sido, excecionalmente e em contraciclo, um bom ano para a bolsa de Lisboa.

Na maior parte dos casos, a melhor solução passa por misturar vários mercados e setores, quer através de fundos/ETF, quer mediante o investimento direto em bolsa, com a compra de ações de empresas que apresentem valorizações atrativas.

De momento, consideramos as ações norte-americanas mais apelativas do que as congéneres da zona euro, mas não deve ter uma exposição de 100% aos EUA. Muito menos ficar preso à bolsa nacional, ainda que tenha empresas atrativas. 

Rendimento garantido, mas pouco

O rendimento dos produtos de capital garantido foi, sem surpresa, bastante reduzido. Mesmo escolhendo, todos os anos, o depósito a prazo com a melhor taxa de juro, não teria conseguido mais do que 2,1%, em média, por ano. 

Nos Certificados do Tesouro, dadas as recorrentes mudanças do Estado nas condições de remuneração, também não teria ido muito além. Obteria 2,4 por cento. A grande vantagem é que, seguindo essa via, não teria de mudar de banco quase todos os anos. 

O destaque da década vai para as Obrigações do Tesouro a 10 anos. Adquiridas em 2013, dariam um rendimento de 6,5% ao ano. Nessa altura, as elevadas taxas da dívida portuguesa ainda refletiam as dificuldades de financiamento do Estado português. Em 2011, chegaram mesmo a oferecer 11% ao ano, sendo que, na época, recomendámos a compra, embora com um teto máximo de 20% da carteira. Felizmente, Portugal não teve de reestruturar a dívida como a Grécia, originando perdas para os obrigacionistas.

Ainda por cá, após o impacto negativo da crise económica e presença da troika, o imobiliário recuperou, a partir de meados de 2014, de forma sustentada. Com base nos valores médios da avaliação bancária, os imóveis valorizaram, em média, 6,6 por cento. Um valor, sem dúvida, apelativo, mas com importantes ressalvas. 

Primeiro, em comparação com os ativos financeiros, os imóveis são pouco líquidos (demoram a ser convertidos em dinheiro a um preço “justo”). Segundo, a diversidade das ações pode ser colmatada com um fundo/ETF, mas o investimento direto em imóveis residenciais não o permite, além de ser muito mais heterogéneo (localização, qualidade de construção, entre outros). Por fim, os custos a deduzir às rentabilidades no imobiliário podem ser elevados, o que não acontece com outros ativos. 

Terceira via 

Como diz o ditado, no meio está a virtude. Entre um investimento mais arriscado e um menos, há uma solução intermédia que passa pela composição de uma carteira mista de ações e obrigações, sobretudo através da subscrição de fundos e compra de ETF. Mesmo com uma abordagem passiva, nos últimos dez anos, uma carteira repartida de igual forma pelos mercados globais de ações e obrigações registou um ganho médio anual de 6,3 por cento.

As três estratégias de fundos da PROTESTE INVESTE são exemplos dessa diversificação, sendo que os diversos mercados selecionados vão sendo ajustados ao longo do tempo.

Os ativos financeiros mais rentáveis nos últimos 10 anos (valorização média anual)

investimentos mais rentaveis
-Variações antes de impostos; incluem os efeitos da evolução do euro.
-Depósitos a prazo: melhores contas.
-Carteira mista de ações e obrigações globais (50%/50%).

Fonte: Refinitiv, INE, Proteste Investe

 
 

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