Como saber se está perante uma burla antes de investir?
Recebemos relatos de lesados por entidades como a Hawkensley e a Cripto.pt, mas mais do que fixar os nomes destas “empresas”, é essencial estar atento aos sinais de alerta típicos de burla.
Estes esquemas estão em constante mutação e surgem sob novas marcas/nomes, mas exploram mecanismos semelhantes para enganar os investidores.
1-Verifique se a entidade está registada na CMVM, Banco de Portugal ou noutra autoridade de supervisão credível como a CNMV (Espanha) ou o BaFin (Alemanha).
2-Analise o site e os termos e condições do serviço. Erros ortográficos ou linguagem muito comercial e vaga e termos e condições mal escritos, genéricos ou difíceis de encontrar são sinais de alerta.
3-Pesquise avaliações reais em fontes independentes como Google reviews ou Trustpilot.
4-Teste o apoio ao cliente com perguntas concretas, as respostas vagas ou evasivas devem levantar suspeitas.
5-Desconfie de promessas de elevado lucro garantido num investimento sem risco, isso não existe.
6-Nunca ceda à pressão para investir de imediato, a urgência é uma técnica comum em esquemas fraudulentos.
Já investi, como saber se fui vítima de burla?
- Após o investimento inicial, os utilizadores veem os seus saldos aumentar dentro da plataforma, o que gera confiança e, muitas vezes, leva a novos depósitos.
- Quando é solicitado o levantamento dos fundos, surgem obstáculos e normalmente é exigido um pagamento adicional para “desbloquear” os fundos.
- O suporte técnico começa a ignorar os lesados ou a fornecer respostas vagas.
- Ausência de registo legal da plataforma junto de entidades reguladoras.
- Termos e condições ambíguos ou difíceis de encontrar.
O que fazer se foi lesado?
Não realize novos pagamentos nem partilhe dados pessoais ou bancários adicionais.
Recolha todas as provas possíveis: mensagens, e-mails, capturas de ecrã da plataforma e documentos trocados.
Não “contrate” nenhuma entidade que lhe prometa ser capaz de recuperar o dinheiro que perdeu a troco de um determinado honorário. Na grande maioria dos casos trata-se de outra burla.
Contacte as entidades oficiais (Polícia, Banco de Portugal e CMVM).
Quem deve contactar?
Para irregularidades relacionadas com valores mobiliários, o mais simples é contactar a CMVM, que pode informar sobre se a entidade está a operar dentro da lei ou não, instaurar contraordenações e participar a situação ao Ministério Público, caso detete indícios de crime.
Pode contactar o Apoio ao Investidor da CMVM através do 800 205 339 (linha verde), ou por e-mail para cmvm@cmvm.pt.
De uma forma mais geral, em caso de burla, pode apresentar uma queixa diretamente às autoridades.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária é competente no âmbito de crimes económico-financeiros.
Pode também dirigir-se ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público.
Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
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