Como era esperado, a Reserva Federal norte-americana (Fed) reduziu em 0,25% a sua principal taxa de juro, o que agradou aos investidores. O enfraquecimento do mercado de trabalho pode levar a um novo corte das taxas, mas as divergências dentro da Fed complicam a tomada de decisão, sobretudo se a inflação continuar persistente.
A prenda de Natal da Fed não foi suficiente para animar as bolsas, com o S&P 500 e o Nasdaq a caírem 0,6 e 1,6%, respetivamente. O apetite por ativos de risco foi travado pelos resultados trimestrais e anúncios abaixo do esperado da Oracle (-12,7%) e da Broadcom (-11,4% na sexta-feira).
Estas deceções voltaram a alimentar as preocupações com a valorização das ações de IA. Por isso, a Nvidia (-4,1%), a Meta Platforms (-4,3%) e a Intel (-8,7%) fecharam no vermelho.
Nos Estados Unidos, a rotação setorial beneficia os setores financeiro e industrial, que ganharam 1,9% e 2,1%. A American Express obteve uma subida de 3,3%, atingindo novo máximo histórico.
Na Europa, o Stoxx Europe 600 desceu 0,1%, apesar do ganho de 0,7% de Frankfurt. Os títulos financeiros (+2,1%) e os industriais (+2,1%) também fecharam em alta na Europa. O UBS subiu 5,4%, o BNP Paribas ganhou 3,6% e a Axa valorizou 4,7%. A ArcelorMittal subiu 5,7% e a Aperam 3,8%.
O setor europeu da defesa progrediu 4,3%, já que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia não têm tido avanços significativos. A Thales progrediu 3,1%, ao passo que a americana Lockheed Martin ganhou 6,2%, voltando às preferências dos investidores.
Galp empurra Lisboa para o vermelho
A bolsa nacional teve uma semana para esquecer, ao perder 2,4%, a queda mais elevada entre as principais bolsas mundiais. Ainda assim, o índice PSI acumula uma expressiva valorização de 25,8% desde o início do ano, o que é positivo.
A Galp Energia (-20,1%) foi a principal responsável pela queda da praça lisboeta, já que a venda 40% da exploração petrolífera na Namíbia à TotalEnergies, em troca de duas participações de 10% e 9,4% noutros projetos na região, desiludiu bastante os investidores, que esperavam um encaixe financeiro.
O setor da pasta e do papel também esteve sob pressão, com a Altri a cair 5,3% e a Navigator a descer 1,1%.
Pela positiva, destaque para a Sonae (+3,7%), que liderou os ganhos e fixou novos máximos desde o início de 2008. Igualmente em alta, esteve a Mota-Engil (+2,2%), que beneficiou da notícia de que integra o consórcio favorito para ganhar a concessão do novo aeroporto de Luanda.
Números da semana
1,618 €
A Sonae fixou um novo máximo desde o início de janeiro de 2008, a beneficiar da melhoria dos resultados e das boas perspetivas. Para além dos bons números da Modelo Continente, o grupo beneficia de perspetivas positivas para os negócios recentemente adquiridos.
-0,25%
Tal como se previa, a Reserva Federal cortou as taxas de juro americanas em 0,25% para os 3,75%. Porém, as bolsas não reagiram com grande euforia, já que permanecem dúvidas quanto aos próximos passos da Fed, dada a persistência da inflação, que continua acima dos 2%.
Top subidas
Bayer +9,6%Lockheed Martin +6,2%
Walt Disney +6,0%
ArcelorMittal + +5,7%
UBS Group +5,4%
Top descidas
Galp Energia -20,1%Intel -8,7%
Ferrari -8,0%
Harley-Davidson -7,6%
Melexis -6,5%
A semana em números
Principais Bolsas
Europa Stoxx 600 -0,1%
EUA S&P 500 -0,6%
EUA Nasdaq -1,6%
Lisboa PSI -2,4%
Frankfurt DAX +0,7%
Londres FTSE 100 -0,2%
Tóquio NIKKEI 225 +0,7%
Variação das cotações entre 05/12/25 a 12/12/25, em moeda local.
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