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3 ETF para investir na China

mulher chinesa a colocar moeda em mealheiro

A China tem sido vista como a potência concorrente pelos EUA

Publicado em: 26 novembro 2024
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mulher chinesa a colocar moeda em mealheiro

A China tem sido vista como a potência concorrente pelos EUA

Com Trump reeleito, o confronto comercial entre EUA e China pode escalar. Apesar da incerteza, as ações chinesas têm níveis de valorização atrativos. 

As relações entre Washington e Pequim são tensas há anos. A ascensão progressiva da China, que passou de uma economia baseada na produção de baixo custo para uma economia orientada para a investigação e inovação, preocupa os EUA, que veem uma ameaça à sua posição dominante.

Por um lado, Trump não é adepto de conflitos armados, o que deverá abrandar a retórica sobre Taiwan. Por outro, o confronto comercial será maior, mas Pequim poderá concentrar-se em encontrar consensos económicos.

Embora Trump tenha prometido impor tarifas de 60% sobre as importações de produtos chineses, Pequim espera que as negociações possam ser mais pragmáticas. Além disso, a China lamenta a falta de reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, da interdependência entre as suas cadeias de produção.

Exemplos como a Apple e a Tesla mostram como as economias dos dois países estão profundamente integradas. Apesar das iniciativas norte-americanas para diversificar as fontes de abastecimento, o ecossistema chinês dificilmente será replicável noutras geografias.

Neste contexto, Elon Musk, CEO da Tesla e conhecedor das interdependências económicas, pode desempenhar um papel nas relações sino-americanas.

Preparativos em andamento

Num momento em que a procura interna chinesa continua fraca e a confiança dos consumidores é reduzida, a China reconhece que uma queda acentuada nas exportações comprometeria o crescimento. Por isso, Pequim procura diversificar mercados e expandir a base de clientes.

Ao mesmo tempo, mantém reservas financeiras substanciais para amortecer choques económicos. A ausência de grandes estímulos até agora pode ser atribuída à espera pela posse de Trump, com as autoridades prontas para intervir em caso de impactos económicos significativos das tarifas.

Além disso, a China reforçou o seu enquadramento legislativo, permitindo uma retaliação mais rápida e eficaz perante conflitos comerciais. A China domina os setores da transição energética, um tema que não parece preocupar Trump.

No entanto, um estudo do Departamento de Estado norte-americano revelou que a China lidera em 37 das 44 tecnologias críticas, abrangendo áreas como defesa, aeroespacial, energia e biotecnologias. Ignorar os avanços tecnológicos chineses nestes domínios implicará um custo considerável e comprometerá a competitividade dos produtos ocidentais. 

Impacto significativo 

Apesar dos antídotos preparados, a China é vulnerável devido à sua dependência das exportações, que representam mais de 20% do PIB. Embora os EUA absorvam menos de 15% das exportações chinesas, continuam a ser o principal mercado para o Made in China.

Além disso, parte significativa das exportações para outros países acaba por ter como destino final os EUA. As tarifas prometidas por Trump podem desencadear uma onda de produtos chineses nos mercados globais.

A China não estará sozinha já que a política comercial protecionista de Trump poderá colocar diversos países numa posição semelhante, aumentando a concorrência internacional.

Nesse contexto, os países com maiores vantagens competitivas terão melhores resultados, e a China encontra-se bem posicionada. Não é, portanto, surpreendente que Pequim continue a defender o livre comércio. 

Conselho 

A China preparou-se para o regresso de Trump ao poder, mas é evidente que representará um desafio significativo. Apesar das dificuldades que se avizinham, a China tem instrumentos económicos, financeiros e legais para poder negociar com Trump.

Por seu turno, as bolsas chinesas possuem igualmente vantagens importantes. Primeiro, têm uma forte presença de setores estratégicos e de elevado potencial.

Segundo, o nível das cotações das ações chinesas é atrativo, estando com rácios cotação/lucros esperados em cerca de metade dos registados nos EUA. Por isso, continua a justificar-se dedicar uma parte da carteira a fundos/ETF especializados em ações da China. 

ETF de ações da China

XTRACKERS CSI300 SWAP UCITS ETF 1C 

ISHARES MSCI CHINA A UCITS ETF USD (ACC) 

L&G E FUND MSCI CHINA A UCITS ETF USD ACC 

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