ETF da semana: Austrália
O mercado australiano apresenta uma valorização ligeiramente superior à média mundial
O mercado australiano apresenta uma valorização ligeiramente superior à média mundial
A Austrália assinou um acordo com os Estados Unidos para desenvolver no seu território a produção de terras raras e metais críticos.
Esta parceria visa posicionar a indústria mineira australiana como uma alternativa ao domínio da China, reforçando a competitividade nacional e abrindo novas oportunidades para a bolsa local.
Após um período marcado pelo aumento do custo do crédito, a economia australiana tem revelado uma boa capacidade de recuperação.
As três reduções das taxas decididas em 2025, que colocaram a taxa de referência em 3,6%, favoreceram o acesso ao crédito. Beneficiando de condições de financiamento mais favoráveis, as famílias aumentaram o consumo e sustentam a dinâmica económica.
Porém, com a subida da inflação para 3,2% no terceiro trimestre, a margem de manobra do banco central para novas descidas das taxas está mais limitada.
Ao mesmo tempo, o setor dos recursos naturais mantém-se como motor do crescimento nacional. Embora a procura chinesa se mantenha menos dinâmica do que no passado, as matérias-primas do subsolo australiano continuam a apoiar a trajetória positiva do país. O desenvolvimento das terras raras, consolidado pelo acordo com Washington, abre novas perspetivas para a indústria mineira local.
O setor mineiro australiano atravessou dificuldades devido à desaceleração da procura mundial e ao aumento da concorrência externa, nomeadamente do níquel indonésio.
Com a aproximação entre a Austrália e os Estados Unidos no domínio das terras raras, o país reforça a sua posição neste mercado estratégico. O acordo constitui um passo essencial para relançar a atividade mineira e estimular o investimento.
A Austrália poderá assim valorizar estes recursos estratégicos e prevê ultrapassar 2% de crescimento do PIB já em 2026, suportada pela cadeia de valor das terras raras, agora promovida a motor industrial do país.
Apesar da fama das matérias-primas, o setor mineiro representa apenas 19% da composição da bolsa australiana. É o setor financeiro que ocupa o primeiro lugar com 42%
Depois destes dois setores, seguem-se os cuidados de saúde e os bens de consumo cíclicos, com 8% cada. Por isso, o mercado acionista australiano apresenta-se ainda mais orientado para o mercado interno. Isto é, fortemente ligado às tendências domésticas e ao apetite dos consumidores pelo crédito e pelo consumo.
Esta orientação interna, que confere estabilidade em períodos de incerteza global, oferece a Sydney um trunfo adicional face a mercados mais dependentes do comércio externo.
O mercado australiano apresenta atualmente uma valorização ligeiramente superior à média mundial (rácio PER de 19,1 contra 18,1) e muito acima da sua média histórica (14,3).
Ao nível de risco (volatilidade) é comparável ao de mercados emergentes como o México ou a Índia, sendo mais elevado do que o da Europa e dos Estados Unidos.
Em suma, apesar de possuir bons trunfos, a bolsa de Sydney revela alguns inconvenientes. É um investimento indicado apenas para investidores que estejam dispostos a assumir maior risco para obter uma rentabilidade adicional.
Os investidores com perfis mais dinâmicos podem dedicar 5% da carteira à Austrália. Destacamos o ETF iShares MSCI Australia UCITS (IE00B5377D42). É o ETF mais bem avaliado e com capitalização dos rendimentos.