Análise

Brasil versus México: onde apostar?

Os trunfos dos mercados do Brasil e México complementam-se

Os mercados do Brasil e México devem estar presentes numa carteira diversificada

Publicado em: 29 novembro 2023
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

Os trunfos dos mercados do Brasil e México complementam-se

Os mercados do Brasil e México devem estar presentes numa carteira diversificada

As duas maiores economias latino-americanas têm estruturas e trunfos diferentes. Saiba o que as distingue e encontre a melhor forma de investimento.

O Brasil é o maior país da América Latina. O seu vasto mercado interno é uma importante vantagem para as empresas expandirem mais facilmente os negócios e ganharem dimensão.

O facto de o país ser rico em recursos naturais, como petróleo e minério de ferro, assim como produtos agrícolas, dos quais se destacam a soja e o café, torna-o atrativo para investimentos na agricultura, mineração e energia.

A liderança na produção de biocombustíveis (etanol) cria oportunidades no setor de energia renovável. As vantagens não se ficam, no entanto, por aqui.

A economia está mais diversificada e abrange diversos setores, incluindo indústria, serviços financeiros e turismo.

O Brasil é igualmente membro do Mercosul, uma organização económica regional. No âmbito das políticas, o banco central tem preservado a sua independência.

Combateu eficazmente a inflação e salvaguardou o valor cambial do real que, no passado, gerou muitos problemas. Todavia, do lado de Brasília, a situação é menos favorável.

Além de uma forte polarização política, que cria preocupações em torno da estabilidade governativa, o atual presidente (tal como o anterior) preconiza um forte aumento das despesas públicas.

O México não tem a dimensão do Brasil, mas é um ponto de acesso importante para o comércio internacional.

Além disso, é signatário de diversos acordos comerciais, entre os quais com os Estados Unidos e o Canadá (USMCA).

Assim, as empresas que investem no México têm acesso a um mercado interno significativo e, acima de tudo, podem alcançar os Estados Unidos com mais facilidade.

As intenções de Washington de reduzir a dependência da China tornam o México o vencedor do friendshoring e das políticas de estímulos de Biden, como o Inflation Reduction Act (IRA).

Nos próximos anos, o México beneficiará de um afluxo significativo de investimentos de muitas empresas americanas.

Em comparação com muitos outros países desenvolvidos, o México oferece ainda custos de mão de obra relativamente baixos.

Possui uma força de trabalho jovem e em crescimento, com muitos profissionais qualificados em áreas tecnológicas e de engenharia.

Por fim, as políticas orçamentais e monetárias mexicanas têm sido extremamente bem conduzidas. Do lado do Governo, há pontualmente maiores interferências nos mercados da energia e das matérias-primas, mas o défice e a dívida pública estão controlados.

É uma proeza, tendo em conta que é visto por muitos como “populista de esquerda”. Por sua vez, o banco central Banxico tem confirmado a sua credibilidade e independência no combate à inflação.

Em que produtos investir?

No âmbito das estratégias de investimento da Proteste Investe, ambos os mercados devem estar presentes numa carteira diversificada. Os seus trunfos podem complementar-se.

No entanto, sendo mercados emergentes, com um nível de risco mais elevado, o peso nas carteiras deve estar limitado a 5% cada.

No Brasil, a bolsa de São Paulo tem os seus trunfos, mas a maior exposição às matérias-primas torna-a mais dependente dos mercados internacionais.

Por isso, é preferível investir através de fundos de obrigações soberanas em reais brasileiros, para obter uma exposição ao Brasil.

Nos prazos a 10 anos, estes títulos de dívida oferecem, atualmente, uma yield anual em torno de 11,7 por cento. É um rendimento bastante atrativo, que compensa os riscos cambiais associados ao real.

O banco central brasileiro continuará atento, e a política monetária tenderá a contrariar eventuais políticas mais despesistas de Brasília.

O mercado acionista é a melhor forma de apostar no México. Os ETF replicam o índice MSCI Mexico.

Na bolsa estão mais presentes os bancos e as empresas de bens de consumo, que poderão progredir com base no dinamismo crescente da economia interna e dos benefícios dos fluxos financeiros que chegam ao México, nomeadamente das remessas dos emigrantes nos EUA e dos investimentos dos “gringos”.

Brasil

Bradesco Brazilian Fixed Income EUR R
Comercializado por: Best Bank
HSBC GIF Brazil Bond EC
Comercializado por: Best e BIG

México

Xtrackers MSCI Mexico UCITS ETF 1C
Comercializado por: Banco Carregosa
iShares MSCI Mexico Capped UCITS ETF Acc
Corretoras: Degiro, ActivoBank, Carregosa, Best
 

  Brasil e México: características

Brasil México
População 204 246 000 131 230 000
Esperança   de vida à nascença 73 anos 75 anos
PIB em   USD 2 126 809 000 000 1 811 468 000 000
PIB per   capita (PPC) 10 412 13 803
Exportações   de bens USD 243 707 000 000 466 130 000 000
Taxa de   inflação 4,70% 5,50%
Taxa de   desemprego 8,30% 2,90%
Investimento   %PIB 17,80% 24,10%
Saldo   orçamental %PIB -7,10% -3,90%
Dívida   pública %PIB 60,70% 46,60%
Balança   corrente %PIB -1,90% -1,50%
Bolsas São Paulo Bolsa Mexicana
Capitalização   em USD 871 961 690 000 538 859 670 000
N.º de   empresas 345 132
Setores   com maior peso Índice MSCI Brazil Índice MSCI Mexico
Financeiro Bens de consumo essencial
Energia Financeiro
Matérias-primas Industrial
Fontes:   OCDE; FMI, WFE

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.