O Brasil é o maior país da América Latina. O seu vasto mercado interno é uma importante vantagem para as empresas expandirem mais facilmente os negócios e ganharem dimensão.
O facto de o país ser rico em recursos naturais, como petróleo e minério de ferro, assim como produtos agrícolas, dos quais se destacam a soja e o café, torna-o atrativo para investimentos na agricultura, mineração e energia.
A liderança na produção de biocombustíveis (etanol) cria oportunidades no setor de energia renovável. As vantagens não se ficam, no entanto, por aqui.
A economia está mais diversificada e abrange diversos setores, incluindo indústria, serviços financeiros e turismo.
O Brasil é igualmente membro do Mercosul, uma organização económica regional. No âmbito das políticas, o banco central tem preservado a sua independência.
Combateu eficazmente a inflação e salvaguardou o valor cambial do real que, no passado, gerou muitos problemas. Todavia, do lado de Brasília, a situação é menos favorável.
Além de uma forte polarização política, que cria preocupações em torno da estabilidade governativa, o atual presidente (tal como o anterior) preconiza um forte aumento das despesas públicas.
O México não tem a dimensão do Brasil, mas é um ponto de acesso importante para o comércio internacional.
Além disso, é signatário de diversos acordos comerciais, entre os quais com os Estados Unidos e o Canadá (USMCA).
Assim, as empresas que investem no México têm acesso a um mercado interno significativo e, acima de tudo, podem alcançar os Estados Unidos com mais facilidade.
As intenções de Washington de reduzir a dependência da China tornam o México o vencedor do friendshoring e das políticas de estímulos de Biden, como o Inflation Reduction Act (IRA).
Nos próximos anos, o México beneficiará de um afluxo significativo de investimentos de muitas empresas americanas.
Em comparação com muitos outros países desenvolvidos, o México oferece ainda custos de mão de obra relativamente baixos.
Possui uma força de trabalho jovem e em crescimento, com muitos profissionais qualificados em áreas tecnológicas e de engenharia.
Por fim, as políticas orçamentais e monetárias mexicanas têm sido extremamente bem conduzidas. Do lado do Governo, há pontualmente maiores interferências nos mercados da energia e das matérias-primas, mas o défice e a dívida pública estão controlados.
É uma proeza, tendo em conta que é visto por muitos como “populista de esquerda”. Por sua vez, o banco central Banxico tem confirmado a sua credibilidade e independência no combate à inflação.
Em que produtos investir?
No âmbito das estratégias de investimento da Proteste Investe, ambos os mercados devem estar presentes numa carteira diversificada. Os seus trunfos podem complementar-se.
No entanto, sendo mercados emergentes, com um nível de risco mais elevado, o peso nas carteiras deve estar limitado a 5% cada.
No Brasil, a bolsa de São Paulo tem os seus trunfos, mas a maior exposição às matérias-primas torna-a mais dependente dos mercados internacionais.
Por isso, é preferível investir através de fundos de obrigações soberanas em reais brasileiros, para obter uma exposição ao Brasil.
Nos prazos a 10 anos, estes títulos de dívida oferecem, atualmente, uma yield anual em torno de 11,7 por cento. É um rendimento bastante atrativo, que compensa os riscos cambiais associados ao real.
O banco central brasileiro continuará atento, e a política monetária tenderá a contrariar eventuais políticas mais despesistas de Brasília.
O mercado acionista é a melhor forma de apostar no México. Os ETF replicam o índice MSCI Mexico.
Na bolsa estão mais presentes os bancos e as empresas de bens de consumo, que poderão progredir com base no dinamismo crescente da economia interna e dos benefícios dos fluxos financeiros que chegam ao México, nomeadamente das remessas dos emigrantes nos EUA e dos investimentos dos “gringos”.
Brasil
Bradesco Brazilian Fixed Income EUR RComercializado por: Best Bank
HSBC GIF Brazil Bond EC
Comercializado por: Best e BIG
México
Xtrackers MSCI Mexico UCITS ETF 1CComercializado por: Banco Carregosa
iShares MSCI Mexico Capped UCITS ETF Acc
Corretoras: Degiro, ActivoBank, Carregosa, Best
Brasil e México: características
Brasil | México | |
---|---|---|
População | 204 246 000 | 131 230 000 |
Esperança de vida à nascença | 73 anos | 75 anos |
PIB em USD | 2 126 809 000 000 | 1 811 468 000 000 |
PIB per capita (PPC) | 10 412 | 13 803 |
Exportações de bens USD | 243 707 000 000 | 466 130 000 000 |
Taxa de inflação | 4,70% | 5,50% |
Taxa de desemprego | 8,30% | 2,90% |
Investimento %PIB | 17,80% | 24,10% |
Saldo orçamental %PIB | -7,10% | -3,90% |
Dívida pública %PIB | 60,70% | 46,60% |
Balança corrente %PIB | -1,90% | -1,50% |
Bolsas | São Paulo | Bolsa Mexicana |
Capitalização em USD | 871 961 690 000 | 538 859 670 000 |
N.º de empresas | 345 | 132 |
Setores com maior peso | Índice MSCI Brazil | Índice MSCI Mexico |
Financeiro | Bens de consumo essencial | |
Energia | Financeiro | |
Matérias-primas | Industrial | |
Fontes: OCDE; FMI, WFE | ||
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