Brasil: aumento das exportações e do consumo interno
No segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a economia brasileira expandiu-se 3,4%. Face ao trimestre precedente, a progressão do PIB foi 0,9%, aquém dos 1,8% do primeiro trimestre, mas bem acima das expectativas.
Este bom desempenho evidencia a resiliência da economia ao ciclo de subidas das taxas de juro por parte do banco central (de 2% para 13,75%, situando-se agora em 13,25%).
Por um lado, o Brasil está a beneficiar da forte procura pelas suas principais commodities. No total, as exportações avançaram 2,9% em relação ao período anterior. Por outro, o crescimento é impulsionado internamente e, em grande parte, liderado por um aumento no consumo das famílias (+0,7%) e nos gastos públicos (+0,4%).
Apesar de a bolsa de São Paulo apresentar rácios interessantes, consideramos que a relação rendimento/risco é mais atrativa nas obrigações soberanas denominadas em reais brasileiros.
México progride apesar do abrandamento dos EUA
Em termos homólogos, o PIB mexicano expandiu-se 3,6%, contra 3,7% no trimestre anterior. Face aos três meses anteriores, a progressão foi de 0,8% e marcou o sétimo trimestre consecutivo de crescimento.
Não é um desempenho fabuloso, mas é assinalável, sobretudo tendo em conta a conjuntura desafiante. Por um lado, o abrandamento dos EUA, que penaliza as exportações. Por outro, o banco central, Banxico, passou agressivamente as taxas diretoras de 4% para 11,25% em cerca de ano e meio.
Em suma, o México está a demonstrar uma excelente capacidade para progredir e, a prazo, lucrará consideravelmente com a deslocalização de muitas empresas americanas para o seu território e os estímulos de Washington.
Mesmo após a boa subida dos últimos doze meses, a bolsa mexicana ainda continua atrativa e permanece como um dos nossos mercados emergentes de eleição.
Índia: consumo interno impulsiona economia
A economia da Índia registou um crescimento de 7,8% no segundo trimestre, o ritmo mais elevado do último ano. Este desempenho robusto do PIB assentou sobretudo no setor dos serviços, acompanhado por uma forte procura dos consumidores e um aumento das despesas das administrações públicas.
O consumo privado representa quase 60% da economia indiana e cresceu cerca de 6% no trimestre, enquanto o investimento cresceu 8%.
A política monetária é favorável. O banco central começou a subir os juros em 2022, mas manteve-os nas últimas reuniões e estão apenas ao mesmo nível de 2019 (6,5%).
É certo que a inflação disparou novamente em julho para quase 8% (acima do objetivo de 2% a 6%), mas isso deveu-se a um aumento nos preços dos alimentos causado por monções irregulares.
Tudo aponta para que a Índia continue a crescer mais do que a China, Indonésia e Vietname. No entanto, os rácios da bolsa de Bombaim apontam para uma clara sobrevalorização, pelo que não recomendamos fundos de ações indianas.
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