No geral, a inflação continua a recuar lentamente: 5,5% em junho contra 6,1% no mês anterior. Mas a realidade é mais delicada.
A maior parte da descida deve-se aos preços dos produtos energéticos (-5,6%), tendo a inflação subjacente subido até para 5,4% (5,3% em maio).
A inflação persistente foi provocada pelos preços dos serviços (+5,4%) que estão num novo máximo. Nesta área, como nos produtos alimentares, o custo da mão-de-obra é determinante, tal como a vontade das empresas em preservar as margens de lucro.
Porém, o mercado de trabalho continua em boa forma e os trabalhadores podem exigir salários mais elevados para tentar manter o poder de compra.
Em maio, a taxa de desemprego caiu para apenas 6,5%.
Depois, existem divergências dentro da própria zona euro como, por exemplo, uma inflação 6,8% na Alemanha e 1,6% em Espanha (Portugal está com 4,7%).
Parte da diferença assenta no nível de ajudas e subsídios públicos. Por enquanto, as compras de obrigações por parte do BCE mantêm estável o mercado de dívida pública, mas à medida que as taxas de juros sobem irão aumentar as tensões.
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