Análise

Taxas de juro: Austrália e Canadá sobem, Índia mantém

Publicado em:  09 junho 2023
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Autor:  Jorge  Duarte

Autor:  Euroconsumers 

Na Austrália a taxa subiu de 3,8% para 4,1% e no Canadá subiu em 0,25% para 4,75%. Na Índia mantém-se nos 6,5%.

Contrariando todas as expectativas, o banco central australiano (RBA) elevou a taxa de juro diretora de 3,85% para 4,1%. E não é tudo. O RBA indicou que mais passos podem ser necessários para trazer a inflação de volta à meta (entre 2 a 3%) num prazo razoável. 

De facto, a inflação na Austrália está ainda em 7%, mas a sua evolução dependerá da economia. O crescimento do PIB abrandou bastante no primeiro trimestre (apenas +0,2%), mas a taxa de desemprego permanece em 3,7%, ou seja, próxima dos mínimos. 

As empresas referem que a escassez de mão-de-obra diminuiu, só que os salários ainda estão a aumentar, em resposta às tensões no mercado de trabalho, o que gera mais hipóteses de a inflação alastrar aos serviços. 

Mesmo que a economia interna abrande mais, a bolsa de Sydney continua a oferecer rácios de valorização mais atrativos do que a média global e será beneficiada caso a economia da China acelere efetivamente. 

Mesmo que não seja esse o cenário, os últimos anos de covid mostraram que o dinamismo interno foi mais que suficiente para manter o rumo económico na Austrália.

Depois do congénere australiano, foi a vez do Banco do Canadá subir inesperadamente a taxa diretora em 0,25% para 4,75%, após duas “pausas” nas duas reuniões anteriores. Os juros estão agora no valor mais elevado em 22 anos. 

Os decisores consideraram que a política monetária ainda não era suficientemente restritiva para reequilibrar a oferta e a procura e trazer a inflação para o objetivo de 2%. Sobretudo, depois de a taxa homóloga ter superado as expectativas e subido para 4,4%, em abril, após ter registado 4,3% no mês anterior, um nível que era o mínimo dos últimos 19 meses.

Por seu turno, a economia continua a ser impulsionada pelas exportações, sendo que os últimos dados destacam as vendas de ouro e de energia. A bolsa de Toronto está valorizada em níveis interessantes. O rácio cotação/lucro é de 13 (abaixo da média mundial de 14,9) e o dividend yield está em 3,1%, um nível atrativo.

Índia mantém taxa de juro em 6,5%

O banco central da Índia (RBI) manteve a principal taxa de juro de referência em 6,5% pela segunda reunião consecutiva. Era a decisão antecipada pelos investidores devido à diminuição das pressões inflacionistas. 

Em abril, a taxa de inflação homóloga na Índia diminuiu para 4,7%, um mínimo de 18 meses, devido a um abrandamento nos preços dos alimentos. É um resultado compatível com a meta de 2% a 6% do banco central e para não penalizar a economia. 

O FMI estima que o PIB da Índia cresça 5,9 este ano e 6,3% em 2024. Será, sem dúvida, uma das economias mais dinâmicas do globo e irá continuar a superar os números da China. 

O panorama económico é favorável, mas a bolsa de Bombaim negoceia com rácios extremamente elevados, ou seja, incorporam perspetivas demasiado otimistas. É atualmente o mercado mais “caro” entre os que acompanhamos, com um rácio cotação/lucros esperados próximo de 20 e um dos mais voláteis. Não recomendamos.

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