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Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
Fundos e ETF: investir em dividendos
Há 12 dias - 24 de janeiro de 2023
Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
Ao selecionar as empresas que compõem as suas carteiras, alguns fundos e ETF de ações exigem ou, pelo menos, dão maior preferência a empresas que propiciam um alto rendimento do dividendo (dividend yield).
Isto é, o dividendo pago pela empresa constitui uma percentagem elevada face ao valor da cotação. Como comparação, de momento, o dividend yield médio a nível global ronda 2,4%.
Por outras palavras, o valor dos lucros distribuídos aos acionistas representa 2,4% do valor de mercado total das empresas.
Os fundos e ETF que seguem políticas de investimento dedicadas às empresas mais “amigas” do dividendo incluem habitualmente expressões específicas na sua designação como dividend, equity yield e equity income.
No nosso comparador de fundos e ETF encontra cerca de 40 fundos de ações globais que se podem encaixar nesta “subcategoria”. Além destes, encontra também produtos idênticos, mas dedicados aos mercados da zona euro e norte-americano se quiser uma aposta mais centrada.
Contudo, recorde-se que, atualmente, não recomendamos o investimento nas bolsas da zona euro em geral.
5 líderes
No quadro, em baixo, apresentamos os cinco fundos de ações globais dedicados aos dividendos que obtiveram maior rentabilidade nos últimos cinco anos e cujo dividend yield atual das carteiras é superior à média global de 2,4%.
O ETF Fidelity Global Quality Income consegue a primeira posição e também uma avaliação de 96 pontos (num máximo de 100) à luz do indicador da Proteste Investe.
Um desempenho que o coloca entre os melhores da categoria. Para quem prefere fundos de investimento, a liderança cabe ao JPM Global Dividend D Acc, sendo que consegue 81 pontos de avaliação.
Interessantes?
Empresas generosas para com os acionistas é um bom indicador para selecionar ações, mas não deve ser o único. É importante considerar igualmente outros como as perspetivas de crescimento dos lucros, solidez do balanço, endividamento, volatilidade, comparação com o setor, entre outros.
Se o dividend yield fosse o “único” critério, este tipo de fundos e ETF teriam as melhores pontuações à luz do indicador da Proteste Investe. E se o Fidelity Global Quality Income está muito bem classificado e é uma opção interessante, os restantes fundos do quadro ficam um pouco abaixo dos melhores.
De momento, entre os fundos globais harmonizados (UCITS), lidera o iShares MSCI World SRI ETF (IE00BYX2JD69) com 97 pontos e cuja dividend yield da carteira, como seria de esperar de um ETF global, está perto da do mercado (2,4%). E há 36 produtos com mais de 90 pontos. Pode consultar a lista completa no nosso comparador.
Não confundir com…
Os fundos dedicados a empresas que pagam elevados dividend yield não podem ser confundidos com os "fundos de distribuição”.
A característica destes últimos diz respeito à política de rendimentos e não à carteira de investimentos. Ou seja, em vez de reinvestirem todos os ganhos (mais-valias, dividendos, juros) distribuem “dividendos” regularmente aos participantes.
Pode consultar também outras análises a estes tipos de fundos/ETF. É uma faceta virada para quem quer rendimentos periódicos e que não tem impacto na qualidade e no desempenho dos fundos.
Como pode ver no quadro abaixo, entre os 5 fundos de ações de “alto rendimento” apresentados, 2 são de distribuição e 3 de acumulação.
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