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Como investir em ETF na prática em 5 passos

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Para investir em ETF tem de abrir conta num banco ou corretora

Publicado em: 02 outubro 2025
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Para investir em ETF tem de abrir conta num banco ou corretora

Veja como dar os primeiros passos no investimento em ETF em cinco simples etapas. 
ETF significa Exchange Traded Fund. Se um fundo tradicional é vendido por intermédio um banco, um ETF tem de ser negociado numa bolsa de valores. 

Diferente? Não muito… Para aceder aos mercados de valores e negociar ETF, tem de recorrer também a um intermediário financeiro, abrir conta num banco ou corretora. Hoje em dia a esmagadora maioria dos intermediários financeiros dá acesso aos mercados onde são negociados ETF. 

Se vai agora começar a investir pode partir da nossa análise às corretoras mais baratas. 

Passo 1: escolher o ETF certo 

Para comprar um ETF terá, antes de tudo, de escolher o produto. 

É provavelmente o passo mais importante. Nas publicações e no comparador da DECO PROteste Investe encontra análises regulares e informação sobre as categorias aconselhadas e os ETF mais bem avaliados.

Passo 2: localizar o ETF na corretora 

Tendo já uma conta num banco ou corretora e definido o ETF desejado, o passo seguinte é encontrá-lo na plataforma de negociação. 

Na maior parte das situações, não oferece problemas, mas, de vez em quando, esta fase pode gerar confusão para o investidor. Como existem ETF com nomes similares e abreviados podem ocorrer erros. 

Para evitar enganos não utilize o nome do ETF. No campo de pesquisa da plataforma, prefira procurar pelo símbolo de negociação (ticker) ou o código ISIN. 

O símbolo (ticker) identifica o ETF tipicamente numa determinada bolsa. Por exemplo, o ETF iShares Core MSCI World Acc tem o símbolo IWDA para Amesterdão, mas o ticker EUNL no Xetra. 

É possível que a sua corretora não tenha o ETF num mercado, mas tenha noutro. Portanto, o código ISIN é mais fiável, pois é igual para o mesmo ETF em todas as bolsas.

No caso do iShares Core MSCI World UCITS ETF USD, o ISIN será sempre IE00B4L5Y983. 

Por fim, tenha em atenção que a maioria dos ETF replica conhecidos índices de mercado. Por isso, se a sua corretora não dispuser de um ETF em particular, não desespere, é frequente haver alternativas muito similares. Consulte o comparador para identificar outras boas opções. 

Passo 3: qual bolsa escolher para investir

É habitual que o mesmo ETF possa aparecer cotado em várias bolsas. Nesse caso, qual delas escolher? 

Há três fatores a ter em conta: 
- os custos de negociação em cada bolsa; 

No que se refere ao leque de custos, consulte o preçário do intermediário, bem como a nossa análise das corretoras mais baratas. Estes incluem comissões sobre a compra/venda, pagamento de dividendos e de manutenção. Há ainda encargos caso ocorram conversões cambiais (ver a seguir). 

Dentro da mesma corretora deve optar por negociar o ETF onde os custos forem mais reduzidos, se estiver disponível em mais do que uma bolsa. 

Por norma, as comissões praticas para a negociação de ações e ETF são idênticas. 
- encargos com a conversão cambial; 

Os custos de conversão cambial podem ser evitados, se privilegiar ETF cotados em euros. Por exemplo, o iShares Core MSCI World UCITS ETF transaciona em euros em Amesterdão, mas em Londres pode ser negociado em dólares ou em pence (libras).

A moeda de cotação do ETF não afeta o risco cambial. Esse depende dos ativos que estão na carteira. Por exemplo, o ETF SPDR S&P 500 Leaders (IE00BH4GPZ28) está cotado em euros no Xetra (Frankfurt), mas o investidor está sujeito ao risco cambial porque os ativos do ETF são ações americanas (dólares). 

- o ETF negoceia o suficiente (isto é, tem liquidez). 

Quanto à liquidez, é importante haver volume suficiente para dar a ordem sem arriscar ser executada em vários negócios (pode incorrer em comissões adicionais), ou não encontrar compradores/vendedores com cotações aceitáveis. 

No entanto, a maioria dos ETF têm entidades encarregues de criar liquidez (market makers) e que colocam lotes de compra e venda, diminuindo esse risco.

Passo 4: dar a ordem de compra do ETF

Nos fundos tradicionais tem apenas de definir o montante a aplicar. Num ETF necessita de “gerir”, no momento em que dá a ordem, mais variáveis – num processo idêntico ao das ordens de bolsa para ações. 

Se conhece estas operações, será mais simples. Ao dar a ordem sobre o ETF terá escolhas a fazer. Os tipos mais comuns de ordens são: 

- Ao melhor, ou ordem ao mercado. Esta equivale a dizer: “Quero comprar já qualquer que seja o preço.” Garante que vai comprar, mas não tem a certeza sobre o valor. Embora seja expectável que compre por um valor próximo da última cotação, no caso de ETF pouco negociados, o preço pode “dar um salto” ser bastante diferente da última cotação atingida. 

Não precisa de definir um prazo para a ordem, porque as ordens ao mercado serão sempre executadas de imediato. 

- Limite de preço. Numa ordem com limite de preço é como afirmar: “Quero comprar, mas não pago mais do que X euros.” Desta forma, tem a certeza do máximo que irá pagar. 

Tem ainda de decidir se pretende uma ordem para o dia, que vale apenas para essa sessão de bolsa, ou uma ordem contínua, que permanece no sistema à espera de ser executada. 

Há o risco de a ordem não ser executada, se ninguém vender ao valor indicado durante o prazo em que a ordem vigora. 

Muitas corretoras mostram o chamado spread (bid e ask), ou seja, as melhores ofertas de compra e venda do momento. Se a diferença for grande, opte sempre por utilizar ordens com limite de preço. 

Em geral, com ETF que negoceiam bastante e investindo a longo prazo, pode dar uma ordem ao mercado. No caso menos comum de serem pouco negociados, o recurso ao limite de preço evita surpresas.

Passo 5: definir o valor do investimento 

O número de unidades do ETF a comprar vai depender do montante que quer investir. O mínimo de compra equivale a uma unidade do ETF, pelo que o investimento mais baixo depende da sua cotação. Em regra, varia entre poucas dezenas e várias centenas de euros. 

Ao contrário dos fundos, não é possível ter “frações” de ETF. Terá sempre números inteiros (exemplos: 5, 10, 15, 28, 85...). Multiplique a quantidade pela cotação e adicione os custos, para saber o montante total investido. Por exemplo, se comprar 10 unidades a 100, investe 10 x 100 = 1000 euros. 

De forma a diluir o peso dos custos de compra e venda poderá ter de investir em lotes mínimos de 1000 euros. Nas corretoras low cost, as reduzidas comissões permitem investir quantias bastante mais pequenas. 

Até há algumas corretoras que permitem adquirir “frações de ETF” (por exemplo, 0,5 unidades), mas nesse caso está a negociar “direitos” e não o ETF propriamente dito.

Acompanhe os seus ETF 

Ao investir numa ótica de longo prazo deve evitar um acompanhamento obsessivo do ETF. Não esteja a consultar as cotações em permanência, pois pode conduzir a decisões precipitadas. 

No entanto, também não ignore por completo o desempenho do ETF. Uma vez por mês veja como corre o investimento. Sobretudo, no caso de ETF com políticas de investimento mais especializadas (setoriais, emergentes, temáticos) pode ser relevante avaliar se se mantêm os pressupostos que levaram à compra.

Caso contrário pode ser pertinente vender e reinvestir em ETF dedicados a outros mercados. 

 

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