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ETF MSCI World: Diversificação real ou ilusão global?

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O índice MSCI World integra 23 países desenvolvidos

Publicado em: 14 agosto 2025
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O índice MSCI World integra 23 países desenvolvidos

O MSCI World é visto como um investimento global, mas a diversificação é tão equilibrada como parece? 

Um ETF que replica o MSCI World oferece verdadeira diversificação global? 

Não totalmente. Embora cubra os países desenvolvidos e centenas de empresas, o peso é fortemente concentrado nos Estados Unidos e no setor tecnológico. Para diversificar mais, é necessário complementar com ETF de outras regiões e setores.

Composição real do índice MSCI World 

O índice MSCI World integra 23 países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, Japão, Alemanha e até Portugal. Tem várias variantes, mas é dos índices mais comuns a ser replicado pelo ETF de ações globais

O índice baseia-se igualmente na capitalização bolsista, o que significa que as maiores empresas têm um peso superior. 

Por exemplo, o ETF Amundi MSCI World UCITS (IE000BI8OT95) possui 1325 empresas em carteira e os gigantes tecnológicos norte-americanos assumem, assim, um peso elevado. 

Neste ETF Amundi MSCI World, a NVIDIA pesa 5,7%, a Microsoft 4,9% e Apple 4,1%. A grande maioria das empresas tem uma ponderação pouco diferente de 0%! 

A maior empresa europeia aparece em 25.º lugar, a germânica SAP. Também tem na carteira a EDP, Galp Energia, Jerónimo Martins e EDP Renováveis.

O peso dos Estados Unidos e da tecnologia nos ETF globais 

As 24 empresas com maior peso no ETF Amundi MSCI World são norte-americanas e representavam 35,3% da carteira. No total, os Estados Unidos apresentam um peso de 69,8%. 

Outros países, como o Japão (5,4%), Reino Unido (3,9%) e Alemanha (2,6%), desempenham um papel marginal. 

Ao nível setorial, a tecnologia lidera com 36,7%, seguida dos serviços financeiros (14,4%) e dos bens de consumo discricionário (11,1%). 

O peso elevado dos Estados Unidos nos índices mundiais reflete a realidade atual do mercado global de ações. Embora possa parecer excessivo, muitas destas empresas norte-americanas têm atividade à escala global e obtêm receitas em todas as regiões do mundo. 

Este índice oferece, assim, uma ampla exposição à economia mundial através de um único investimento. Portanto, um ETF de ações globais continua a ser uma boa escolha, pelo menos, como ponto de partida.

Alternativas mais diversificadas ao MSCI World? 

Teoricamente para obter uma diversificação mais ampla é possível optar por índices como o MSCI ACWI (All Country World Index) ou o FTSE All World. Além dos países desenvolvidos, inclui também empresas cotadas em bolsas emergentes. 

É o caso do ETF Invesco FTSE All World Acc (IE000716YHJ7). São 2390 empresas em carteira. No entanto, pouco muda. Os EUA pesa 61,5%, enquanto os maiores emergentes na carteira são residuais: China pesa somente 2,6% e Taiwan 2%. 

O ETF Vanguard Total World Stock Index (US9220427424) é o recordista dos ETF globais presentes na nossa seleção. São 9857 empresas em carteira! Mas realmente mais diversificado? Nem, por isso. As grandes e hegemónicas empresas são as mesmas. Os Estados pesam 60% e o setor tecnológico 33,8%.

Estratégias para reduzir concentração geográfica e setorial 

Se deseja ter uma carteira de ações mais diversificada geográfica e setorialmente terá de comprar ETF com outras políticas de investimento. 

O pilar da carteira pode continuar a ser um ETF que replica um índice da família MSCI World ou idêntico. Em seguida, este pode ser complementado: 

ETF de ações da Europa: o potencial económico europeu é mais limitado, mas as bolsas registam valorizações mais atrativas 

- ETF dedicados a mercados emergentes. Embora mais arriscadas, há bolsas assentes em países bastante dinâmicos. 

- ETF de setores específicos como a Defesa ou a Água. Ao invés, uma aposta nos semicondutores não criará muito mais diversificação dado que estas empresas já estão bem presentes nos índices globais. 

Estas categorias de ETF permitirão reduzir o peso total na carteira dos Estados Unidos e do setor tecnológico. No entanto, estes dois mantêm boas perspetivas e devem continuar a ser os grandes motores económicos globais. Por isso, o seu peso deve permanecer elevado ou poderá passar ao lado dos ganhos dos mercados. 

Construir uma carteira global equilibrada 

Outro caminho é construir uma carteira de raiz. Descubra as estratégias da DECO PROteste Investe. Estas incluem também uma diversificação com uma aposta em fundos e ETF dedicados aos mercados de obrigações. 

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