Notícias

Bitcoin ATMs em Espanha: como o país se tornou líder europeu em criptomoedas

criptomoedas

Espanha tem uma presença significativa de ATMs de cripto

Publicado em: 09 setembro 2025
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

criptomoedas

Espanha tem uma presença significativa de ATMs de cripto

Espanha saltou de 1 para 385 caixas automáticas de Bitcoin em apenas 10 anos, tornando-se referência europeia no acesso físico a criptomoedas. 

Desde o seu lançamento em 2009, a Bitcoin tem vindo a consolidar-se como o ativo digital mais conhecido e transacionado no mundo. A par das plataformas de negociação online, uma das formas mais visíveis da sua adoção são as caixas automáticas de criptomoedas — popularmente conhecidos como “Bitcoin ATMs”. Estes equipamentos permitem comprar ou vender Bitcoin (e, em alguns casos, outras criptomoedas) de forma rápida, utilizando dinheiro físico ou cartões bancários. 

Em Espanha, a presença destes dispositivos é particularmente significativa. O país destaca-se como uma das principais localizações europeias para este tipo de serviço, tendo registado uma evolução notável desde a instalação da primeira máquina, em 2014, até às centenas atualmente em funcionamento. 

A primeira caixa automática de Bitcoin em Espanha foi inaugurada em fevereiro de 2014, no centro comercial Diagonal Mar, em Barcelona. Este marco colocou o país entre os pioneiros europeus na disponibilização de infraestrutura física para a compra e venda de criptomoedas.

A escolha de Barcelona não foi acidental. A cidade sempre se destacou pelo seu dinamismo tecnológico e abertura à inovação, criando um ambiente propício ao aparecimento de iniciativas relacionadas com blockchain e ativos digitais. 

Nos anos seguintes, o número de caixas automáticas de Bitcoin multiplicou-se. Em 2019, Espanha já figurava como o terceiro país do mundo com mais máquinas instaladas, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.

O fenómeno refletia tanto o interesse dos investidores locais como a procura turística, especialmente em regiões como a Costa del Sol, Ibiza ou as Ilhas Canárias, frequentadas por visitantes habituados a utilizar criptomoedas. 

Em 2021, estimava-se que havia cerca de 140 caixas automáticas espalhados pelo país, sobretudo em grandes centros urbanos como Madrid, Barcelona, Málaga e Palma de Maiorca. Apenas um ano depois, em 2022, o número subiu para 215, permitindo a Espanha ultrapassar El Salvador — país que chegou a legalizar o Bitcoin como moeda de curso legal.

A escalada recente: Espanha na liderança europeia 

A partir de 2023, o crescimento acelerou de forma consistente. No final de 2024, os dados apontavam para cerca de 316 máquinas operacionais. Já em março de 2025, registava-se a existência de 298, com pequenas flutuações devido a ajustes de mercado, mas mantendo uma presença consolidada. 

Atualmente, em setembro de 2025, o número de caixas automáticas Bitcoin em Espanha é de 385 equipamentos, o que confirma o país como uma das maiores redes de Bitcoin ATMs na Europa. Cidades como Madrid (42 máquinas), Barcelona (22) e Málaga (17) destacam-se como polos principais desta rede. 

Espanha começa já a ganhar terreno a vários países europeus, inclusive Portugal, no objetivo de se tornar um dos possíveis futuros Hubs de criptos na Europa.

Fatores que impulsionam o crescimento

Vários fatores explicam esta expansão: 

1. Turismo internacional – Muitos visitantes já utilizam criptomoedas, e a presença de caixas automáticas facilita as suas transações. 

2. Procura por alternativas financeiras – A instabilidade económica global tem levado investidores a procurar refúgio em ativos digitais. 

3. Regulação relativamente permissiva – Ao contrário de outros países europeus, Espanha não impôs restrições drásticas à instalação de máquinas. 

4. Maior familiaridade com a tecnologia – O crescimento do setor fintech espanhol e o aumento da literacia digital ajudaram a criar um mercado recetivo.

Críticas e desafios 

Apesar do sucesso, existem críticas e desafios associados. Alguns especialistas alertam para o risco de utilização ilícita, dado que, dependendo da máquina, os requisitos de identificação podem ser menos rigorosos do que em plataformas digitais regulamentadas.

Além disso, a volatilidade do preço do Bitcoin pode levar a perdas rápidas para utilizadores menos informados. 

As autoridades espanholas e a União Europeia têm procurado equilibrar a inovação com a necessidade de regulação robusta, especialmente à luz do novo regulamento europeu MiCA (Markets in Crypto-Assets), que impõe regras claras para prestadores de serviços ligados a criptoativos.

Presença de Bitcoin ATMs em Portugal 

Existe alguma atividade, mas não é formal nem regulada: os relatos comunitários apontam para existência de algumas máquinas em cidades como Faro, Lisboa, Vila Nova de Gaia e Maia, mas não há dados oficiais ou cobertura massiva do serviço. No seu total, existem 6 Bitcoin ATM’s em Portugal (dados de agosto 2025). 

Sem debate público significativo: não existiram ainda discussões sobre a implementação em larga escala ou regulamentação específica destas caixas automáticas em Portugal.

Países da União Europeia com mais Bitcoin ATMs 

Conforme dados de fontes como Coin ATM Radar: 

Polónia: entre 219 a 225 ATMs. 

Roménia: entre 132 a 150 ATMs. 

Áustria: entre 125 a 139 ATMs. 

Itália: cerca de 72 a 80 ATMs. 

Outras nações com presença relevante incluem Suíça (144), Alemanha (113), Grécia (66), entre outras.

Oportunidades de investimento em infraestrutura Cripto 

O crescimento das caixas automáticas de Bitcoin em Espanha, iniciado em 2014 com uma única máquina em Barcelona, revela uma história de expansão contínua e rápida adoção tecnológica.

Em pouco mais de dez anos, o país tornou-se uma das maiores redes mundiais deste tipo de infraestrutura, com centenas de equipamentos em funcionamento.  

Mais do que uma curiosidade tecnológica, estas caixas automáticas representam um sinal visível da integração das criptomoedas no quotidiano. Espanha posiciona-se assim como referência europeia, embora enfrente o desafio de combinar inovação com segurança e regulação eficaz. Portugal poderia seguir o exemplo.  

O futuro dirá até que ponto estas máquinas serão apenas uma etapa de transição ou se se consolidarão como parte estável do ecossistema financeiro digital. 

 

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.