Bitcoin abaixo de 85 mil dólares e o outflow dos ETF
O mercado das criptomoedas foi impactado pela queda no preço da Bitcoin
O mercado das criptomoedas foi impactado pela queda no preço da Bitcoin
O mercado das criptomoedas registou uma queda expressiva, tendo a Bitcoin recuado cerca de 33,7%.
O mercado foi impactado pela menor procura deste ativo especulativo, num cenário marcado pelo pelo anúncio do terceiro corte consecutivo de 25 pontos-base das taxas de juro pelo Federal Reserve; pela deterioração do sentimento macroeconómico global, marcada por indicadores de abrandamento económico nos EUA; e por dúvidas sobre a trajetória futura da política monetária e um aumento abrupto da aversão ao risco entre investidores institucionais.
A incerteza quanto ao ritmo dos próximos cortes, associada ao receio de que a economia possa estar a entrar numa fase de fragilidade, desencadeou liquidações automáticas em larga escala. O que amplificou a pressão vendedora no mercado das criptomoedas, provocando quedas acentuadas em diversas classes de ativos digitais.
Alertámos que, caso já detivesse Bitcoin, estes momentos podem ser levados como oportunidades onde o especulador pode reforçar as suas posições, contudo tem de estar sempre ciente do elevado risco que corre ao estar exposto a ativos altamente especulativos.
Consulte o nosso guia para saber mais sobre o mundo das criptomoedas.
O fundo iShares Bitcoin Trust (IBIT, com ISIN: US46438F1012), gerido pela BlackRock, registou na terça-feira a maior saída líquida diária desde o seu lançamento, em janeiro de 2024.
Segundo dados da SoSoValue – uma plataforma de investimento e pesquisa de criptomoedas que utiliza inteligência artificial para analisar dados de mercado e fornecer observações - cerca de 523,15 milhões dólares saíram do ETF, ultrapassando o anterior recorde de 463 milhões de dólares.
Atualmente, o IBIT é o maior ETF “spot” de bitcoin no mundo, com 72,76 mil milhões de dólares em ativos líquidos, mas tem vindo a apresentar um padrão de fluxo negativo desde o fim de outubro. Numa perspetiva semanal, o fundo contabilizou quatro semanas consecutivas de saídas, totalizando cerca de 2,19 mil milhões de dólares.
Segundo a CoinDesk, o comprador médio de ETFs de bitcoin à vista, desde o primeiro ETN que foi da Blackrock que começou a ser negociado na Nasdaq a 11 de janeiro de 2024, tem um custo médio de investimento próximo a 90 000 dólares. Com esta descida de preço, deixa a maioria dos investidores em prejuízos.
- Correlação positiva – A Bitcoin está cada vez mais correlacionada positivamente com o mercado acionista, especialmente com índices de tecnologia e ações de maior risco.
Isso sugere que a criptomoeda, que historicamente funcionava como um ativo relativamente independente, está cada vez mais influenciada por fatores macroeconómicos globais, como política monetária, expectativas de juros e sentimento de risco geral do mercado.
Por outras palavras, a Bitcoin está a deixar de ser um ativo isolado do mercado bolsista e começa a demonstrar uma correlação positiva com o mercado de ações, nomeadamente com empresas tecnológicas.
- Volatilidade de ETFs “spot” de Bitcoin — Mesmo em produtos relativamente novos e com elevada liquidez, o risco de refluxos acentuados existe, especialmente após grandes valorizações da criptomoeda.
- Investidores institucionais começam a retirar posições— A retirada parcial de posições por investidores institucionais indica uma estratégia de precaução diante da volatilidade e das incertezas macroeconómicas.
Esta movimentação não significa abandono definitivo do mercado de criptoativos, mas sim uma postura de espera até que sinais de estabilidade económica ou regulatória se consolidem. Contudo exercem uma pressão vendedora sobre as cotações.
- Bitcoin como ativo cíclico — A correção recente destaca a natureza especulativa e sensível a variáveis macroeconómicas da Bitcoin. O que reforça a importância de abordagens de longo prazo e preparação para momentos turbulentos e a retirada contínua de parciais.
As saídas registadas pelo IBIT mostram que, mesmo para instrumentos altamente capitalizados, os fluxos de capital podem ser altamente sensíveis às flutuações de preço do subjacente (neste caso, a Bitcoin).
A DECO PROTeste Investe não aconselha o investimento em criptomoedas mas, se mesmo assim quiser especular e aceitar correr um risco muito elevado, sugerimos que não invista mais do que 5% da sua carteira, e veja os nossos conselhos para a Bitcoin, Ethereum e Ripple.
Será crucial observar os próximos sinais macroeconómicos para avaliar se estas retiradas marcam o início de uma nova fase de retração (bear market) ou apenas uma pausa para reajuste.
Para investidores individuais, estratégias como DCA (Dollar-Cost Averaging) podem ser úteis para entrar de forma gradual em posições de longo prazo, evitando o risco de comprar em picos de valorização ou reagir de forma impulsiva às correções. Além disso, é recomendável evitar especulações de curto prazo, mantendo disciplina e foco no horizonte de investimento.
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