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Tiago
Martins
Economista
Mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISCTE-IUL.
Literacia financeira em Portugal em situação preocupante, diz estudo da OCDE
Há 4 meses - 17 de maio de 2023
Tiago
Martins
Economista
Mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISCTE-IUL.

55% dos inquiridos desconhecem tipos de fraudes comuns como o Phishing e o Pharming.
O estudo da OCDE “Digital Financial Literacy in Portugal: relevance, evidence and provision”, publicado em abril de 2023, revela alguns dados preocupantes sobre a literacIa financeira dos portugueses. Os dados deste estudo foram recolhidos em julho e setembro de 2022 pela Universidade Católica Portuguesa, utilizando entrevistas presenciais numa amostra representativa de 1 516 inquiridos da população portuguesa com 16 anos ou mais.
Dos inquiridos que usam regularmente a Internet cerca de 45% acredita não ser possível perder dinheiro ao investir em criptoativos, 57% diz que o Estado os regula e 60% considera que as criptomoedas têm o mesmo curso legal do que as notas de euro.
A verdade é que estes criptoativos são altamente especulativos, arriscados e não regulamentados. Pelo que a probabilidade de perder parte ou a totalidade do investimento é elevada.
Apesar de termos algumas recomendações sobre as possibilidades de entrada nos mercados da blockchain em geral, e criptomoedas em particular, salientamos que este tipo de investimento só deverá ser equacionado para especuladores e investidores com elevada tolerância ao risco. Em qualquer caso, o investimento deve cingir-se a um máximo de 5% da carteira.
Portugueses desconhecem perigos do mundo virtual
De um modo geral, os portugueses parecem não estar cientes dos perigos financeiros do mundo virtual. De facto, 55% desconhecem tipos de fraudes comuns como o Phishing e o Pharming. O conhecimento destas práticas é fulcral para utilizar as possibilidades da internet em segurança.
Por fim, são 60% os que acreditam que todos os prestadores de serviços financeiros, que se podem encontrar online, são regulados pelas autoridades financeiras. Quando a realidade é que seria impossível para essas entidades manter tudo o que se passa na Internet debaixo de olho. Pelo que, cabe também ao consumidor manter-se alerta e verificar a credibilidade das entidades ou pessoas com quem se relaciona online.
A literacia financeira é uma das prioridades da PROTESTE INVESTE e este estudo relembra-nos do trabalho que ainda é necessário fazer para que cada português tenha informação e ferramentas necessárias para gerir o seu dinheiro com eficácia e segurança.
Nesse sentido disponibilizamos o curso “O meu dinheiro”, gratuito para subscritores da Proteste Investe, que poderá ser muito útil para estes ou para familiares/amigos que pretendam adquirir novos conhecimentos na área das Finanças Pessoais. O objetivo é melhorar a relação com o dinheiro no que toca à gestão orçamental individual e familiar, como controlar créditos e analisar seguros, e, por fim, investir e multiplicar rendimentos.
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