A Bitcoin atingiu o seu máximo histórico dia 6 de outubro nos 126 271 dólares (107 495 euros), e desde então, entrou numa tendência de baixa, situando-se agora nos 99 970 dólares representando uma queda de 20,82% em dólares.
Mercado cripto sofre queda abrupta
Uma forte correção nos mercados de criptomoedas, ocorrida esta segunda-feira tem vindo a arrastar as cotações das criptomoedas numa tendência de baixa. Desde então, a Bitcoin caiu abaixo dos 110 000 para menos de 100 000 $, arrastando as restantes moedas digitais, como a Ethereum (-16,7%), a Ripple (-15,1%) e a Solana (-19,5%).
Esta queda deveu-se a múltiplos fatores que já se vinham acumulando desde o corte de 25 pontos base nas taxas de juro por parte da Federal Reserve (FED). A decisão, inicialmente interpretada como um sinal de abrandamento monetário, acabou por gerar incerteza quanto à força da economia norte-americana e à trajetória futura da política monetária.
Além disso, as recentes declarações de Donald Trump sobre a imposição de novas tarifas à China aumentaram a aversão ao risco nos mercados globais, pressionando não apenas as bolsas, mas também os ativos digitais.
O mix destes fatores agregados a reações de investidores criou um ambiente macroeconómico de risco que amplificaram a volatilidade e aceleraram a correção do Bitcoin ao longo da semana.
Saiba mais sobre o mercado de criptomoedas.
Mercados alavancados amplificam as perdas
Milhares de milhões de euros foram liquidados esta semana, as liquidações ocorrem quando os investidores utilizam fundos emprestados e o valor das garantias cai abaixo do exigido. Nestes casos, as plataformas vendem automaticamente as posições para limitar as perdas, o que pode acelerar a descida dos preços.
E, ao contrário do mercado de capitais, as cotações das criptomoedas quando caem, dependem muito mais do índice do medo e de finanças comportamentais do que de zonas de procura (suporte) que sustentem o preço com fundamentos técnicos para evitar que esse afunde mais.
Quando o medo se instala, o pânico é maior, visto que, as criptomoedas dependem apenas da oferta e da procura e não têm nenhum valor intrínseco nem a mesma robustez de fatores fundamentais do que ações de empresas, para sustentarem o seu valor intrínseco.
A últimas queda de mais de 20% da Bitcoin
21 de janeiro de 2025 - A Bitcoin cotava a 106 157 dólares, tendo o seu máximo histórico da altura se situado por volta dos 109 300 $ e em 37 dias desceu para além dos 87 500 dólares indo mesmo a rondar os 74 400 dólares no dia 7 de abril (-29,91%).
Essa perda foi recuperada em menos de cinquenta dias, e quem aproveitasse para comprar ou reforçar posições em Bitcoin nesse momento, quando a mesma cotava os 76-80 mil dólares, beneficiaria no dia 6 de outubro de uma valorização de cerca de 40%.
Contudo, hoje a Bitcoin já não está nos 126 mil dólares mas sim de volta à zona em torno dos 100 mil dólares, o que não deixaria de ser também um bom retorno desde a zona dos 80 mil dólares (+25%).
Quedas e correções: como reagir?
A dupla perspetiva nas quedas de mercado de criptomoedas é um conceito que pode ser visto como parecido ao das quedas que acontecem no mercado de capitais, no entanto não podem ser equiparadas visto que não dispõem do mesmo tempo para análise.
É fundamental em ambos os casos investir com estratégia e manter uma visão de longo prazo. As correções de preço, que à primeira vista podem parecer negativas, devem ser analisadas tanto como um sinal de prudência para quem já obteve bons ganhos, e também como uma oportunidade para quem pretende reforçar posições.
Quando ocorrem estas quedas e o mercado está em pânico, muitos investidores vêm este momento como uma oportunidade de comprar ativos a preço de saldo. Esses investidores aproveitam estas oportunidades para reforçar as suas posições.
O sistema DCA é muito recomendado para quem quer investir de forma simples e já demonstrou ser mais rentável a longo prazo do que outros tipos de investimento, pois ao se comprar uma quantidade fixa de criptomoedas com regularidade em determinados períodos, semanalmente mensalmente, trimestralmente, etc., é possível diminuir a exposição ao risco provindo da volatilidade. Isto porque se consegue comprar mais criptomoedas quando elas estão mais baratas e menos quando estão mais caras.
Por outro lado, quando o mercado encontra-se em fases de forte valorização, é importante não cair na tentação de esperar indefinidamente por mais lucros. As criptomoedas são extremamente voláteis, e aquilo que hoje representa um bom ganho pode desaparecer rapidamente com uma correção acentuada. Por isso, é recomendável ir retirando parciais e realizando lucros à medida que as rentabilidades se tornam significativas.
Esta prática permite proteger parte do capital, reduzir exposição ao risco e criar reservas que podem ser utilizadas de forma estratégica no futuro. Ter um plano prévio de realização de lucros, com metas definidas de percentagens ou níveis de preço, ajuda a manter a disciplina e a evitar decisões emocionais.
Conselho
A DECO PROteste Investe não aconselha aos subscritores conservadores o investimento em criptomoedas mas, se mesmo assim quiser especular e aceitar correr um risco muito elevado, sugerimos que não invista mais do que 5% da sua carteira, e analise os nossos conselhos dado para a Bitcoin, Ethereum e Ripple.
A importância de investir em formato fracionado, utilizando o método DCA – investindo quantias de forma regular - mitiga a exposição ao risco de uma forma simples.
