Ahold Delhaize, Ferrari, Pfizer, Zoetis
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
As vendas de Ahold Delhaize aumentaram
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
As vendas de Ahold Delhaize aumentaram
Ahold Delhaize
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Graças à contribuição da cadeia romena Profi, adquirida no início de janeiro, as vendas de Ahold Delhaize aumentaram 6,6% no terceiro trimestre em termos comparáveis (sem efeitos cambiais). No entanto, devido à desvalorização do dólar (quase 60% das receitas), o crescimento em euros limitou-se a 2,2%.
As vendas online, que se tornaram rentáveis pela primeira vez no primeiro semestre, cresceram 9,1%. A margem operacional subiu de 3,8% para 4,1%, destacando-se a forte progressão nos EUA, enquanto na Europa se manteve estável, apesar das margens mais baixas da Profi.
O resultado operacional ajustado aumentou 9,1% e o lucro líquido 57% (2024 penalizado por itens extraordinários). A Ahold Delhaize anunciou um investimento de 860 milhões de dólares num centro de distribuição ultramoderno nos EUA, destinado a melhorar o abastecimento das suas lojas no país (entrada em funcionamento prevista para 2029).
A administração confirmou igualmente a intenção de realizar, em 2026, uma nova compra de ações próprias (1000 milhões de euros, 3% da capitalização bolsista) tal como em 2025. Mantemos as nossas estimativas de lucros.
A Ahold Delhaize surpreendeu com bons resultados trimestrais e, sobretudo, a resiliência das margens. Apesar de atuar em mercados maduros e concorrenciais, continua a apresentar um desempenho sólido. A política contínua de compra de ações próprias também sustenta o crescimento do lucro por ação.
Ferrari
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Após a apresentação do plano estratégico há algumas semanas, que tinha dececionado o mercado, a Ferrari divulgou os resultados dos primeiros nove meses de 2025.
As entregas de veículos aumentaram 1%, as receitas cresceram 8% e o lucro por ação subiu igualmente 8%. Mantemos as nossas estimativas de lucro líquido por ação em 8,92 euros para 2025 e 10,15 euros para 2026, bem como o conselho.
Pfizer
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As vendas da Pfizer aumentaram 4% no terceiro trimestre, excluindo efeitos cambiais e os produtos ligados à Covid. O resultado foi impulsionado pela forte procura do anticoagulante Eliquis (+22%).
Além disso, a Pfizer reviu em alta o intervalo de previsão do lucro por ação, beneficiando dos esforços de redução de custos. O programa de poupanças deverá prolongar-se até ao final de 2027.
Contudo, os bons resultados foram ensombrados pela disputa em torno da aquisição da Metsera, especializada em tratamentos contra a obesidade.
Embora a Pfizer tenha obtido a aprovação das autoridades de concorrência dos EUA para a sua oferta pública amigável, já aceite pela Metsera, duas contraofertas apresentadas pela Novo Nordisk vieram alterar o cenário.
A Pfizer apresentou duas ações judiciais contra a Metsera e a Novo Nordisk, argumentando que a venda a um concorrente estrangeiro, já dominante no mercado da obesidade, levanta problemas de concorrência.
Após vários insucessos na investigação interna, esta aquisição é a oportunidade da Pfizer entrar num dos mercados mais promissores da indústria farmacêutica. Um eventual revés seria dececionante, mas não alteraria o nosso conselho.
A Pfizer apresentou um bom terceiro trimestre. Apesar das futuras perdas de patentes, dispõe de um pipeline sólido e potencialmente reforçado pela Metsera.
Zoetis
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A Zoetis reduziu as previsões de vendas para este ano, depois de o crescimento se revelar mais modesto do que o esperado (+4% em termos orgânicos). E isto apesar da boa performance no segmento de pecuária (+10%). Por seu turno, os lucros superaram as expectativas, com melhoria das margens, e as previsões de resultados foram confirmadas.
Nada há nada preocupante à primeira vista. Porém, a descida das vendas deve-se à procura mais fraca no segmento de animais de companhia, sobretudo nos Estados Unidos, onde as vendas permaneceram apenas estáveis.
Um fenómeno que levanta dúvidas sobre a dinâmica de crescimento habitual da Zoetis e, daí, a reação negativa do mercado, que fez cair a cotação 14% após o anúncio da revisão.
Esta reação parece algo exagerada, já que a Zoetis continua a demonstrar capacidade de inovação, como prova a recente autorização europeia para o Portela, um tratamento contra a artrose em gatos. O lançamento de Lenivia, destinado aos cães, deverá seguir-se. Ambos os medicamentos deverão chegar ao mercado já no próximo ano.
Iremos acompanhar de perto a evolução da atividade, mas não alteramos, por agora, o conselho de compra, sobretudo após a acentuada queda da cotação. Contudo, se já detém a ação não deverá reforçar a posição.