Roche: crescimento sustentado e potencial atrativo para 2025
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A Roche mantém uma das carteiras mais sólidas do setor dos medicamentos
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Roche mantém uma das carteiras mais sólidas do setor dos medicamentos
Sim. A farmacêutica suíça mantém uma das carteiras mais sólidas do setor, com 17 medicamentos que superam os 1000 milhões de dólares em vendas anuais. Estimamos que o crescimento de 2024 continue, apoiado no lançamento de novos produtos e na ausência de riscos de patentes. A avaliação permanece atrativa, com um rácio cotação/lucro inferior à média histórica e ao do setor.
A farmacêutica Roche atua nos medicamentos sujeitos a receita médica, reunidos na divisão Farmacêutica, responsável por 74% do volume de negócios do grupo em 2024. Está também presente na área dos Diagnósticos, que representou 23% das vendas. A Roche perdeu dinamismo na oncologia após a caducidade das patentes de três antigos produtos emblemáticos — MabThera/Rituxan, Herceptin e Avastin.
As vendas aumentaram 7% no primeiro semestre (excluindo efeitos cambiais). A divisão Farmacêutica registou um crescimento de 10%, impulsionada por produtos como Phesgo, Xolair, Hemlibra, Vabysmo e Ocrevus.
No total, a Roche conta atualmente com 17 medicamentos que ultrapassam os 1000 milhões de dólares em vendas anuais.
Já a divisão de Diagnóstico manteve-se estável, afetada pela reforma dos preços na China. A Roche confirmou as metas para 2025, prevendo um crescimento do volume de negócios em torno de 5% (sem efeitos cambiais).
Em junho, a Roche interrompeu a comercialização e os ensaios clínicos do Elevidys (em parceria com a Sarepta Therapeutics) para doentes não ambulatórios com miopatia de Duchenne.
Na mesma altura, o Venclexta não demonstrou eficácia numa nova indicação (síndrome mielodisplásico), e o Astegolimab apresentou resultados apenas medianos no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
Em contrapartida, o Prasinezumab (para a doença de Parkinson) entrou na fase final de desenvolvimento, e os resultados intermédios do NXT007 — indicado para a hemofilia A — revelaram-se promissores, com três ensaios clínicos de fase final previstos para 2026.
A Roche dispõe de um dos portefólios de desenvolvimento mais robustos do setor. O grupo mantém o objetivo de lançar 20 novos medicamentos inovadores no período de 2020 a 2029, dos quais 10 já chegaram ao mercado.
A estratégia permanece centrada em cinco áreas terapêuticas — Neurologia, Oncologia e Hematologia, Imunologia, Cardiovascular/Renal/Metabolismo e Oftalmologia —, com o propósito de reforçar a presença na oncologia.
Além destas áreas, a Roche pretende expandir-se até 2035 para novos segmentos como a hipertensão e a obesidade, nomeadamente através de aquisições.
A compra recente da biotecnológica norte-americana 89bio permitiu obter o Pegozafermin, em fase avançada de desenvolvimento, destinado ao tratamento da MASH (esteatose hepática), uma patologia associada à obesidade.
Nos últimos dez anos, a Roche apresentou um crescimento médio anual das vendas de 5%. Apesar dos eventuais contratempos na investigação, estimamos que consiga manter este ritmo graças ao lançamento de novos produtos tanto na Farmacêutica como nos Diagnósticos.
Sem risco relevante de expiração de patentes num futuro próximo e com o mercado ainda centrado nas notícias negativas, a ação continua atrativa, com um rácio cotação/lucro previsto para 2026 de 17 — abaixo da média histórica de 21 e significativamente inferior aos cerca de 26 da média do setor.
A preferência deve ir para ação Roche GS (ISIN CH0012032048), a versão sem direito de voto — desnecessário, dado o controlo das famílias fundadoras —, mas mais líquida e atrativa.