Europa unida no combate à liderança da Starlink
Está iminente um acordo entre a Thales, Airbus e a italiana Leonardo para fundir as suas atividades
Está iminente um acordo entre a Thales, Airbus e a italiana Leonardo para fundir as suas atividades
As dificuldades no mercado espacial europeu (baixa procura por grandes satélites geoestacionários, concorrência americana com a Starlink à cabeça...) levaram os grandes fabricantes europeus de satélites a equacionar a viabilidade futura deste segmento de negócio.
Um primeiro passo parece agora ter sido dado com a iminência de um acordo entre as francesas Thales e Airbus e a italiana Leonardo para fundir as suas atividades de fabrico de satélites. A longo prazo, o novo grupo espera obter poupanças no desenvolvimento de satélites e pôr fim ao excesso de concorrência.
Porém, a aproximação dos três grupos no setor dos satélites levará ainda algum tempo. Para além da constituição da nova empresa, há questões a resolver quanto ao seu desenvolvimento futuro. O dossier é, antes de mais, político, numa altura em que o nível de confiança entre França e Itália não é dos melhores.
A Comissão Europeia também terá uma palavra a dizer sobre a redução da concorrência. Por fim, há ainda a questão técnica: quem terá o controlo do novo grupo? Qual será o peso de cada uma das empresas? Logo, a nova empresa poderá não a luz do dia antes de 2027.
- A Thales lançou em 2024 um plano de reestruturação da sua atividade espacial (10,5% do volume de negócios), estabelecendo um objetivo claro de rentabilidade. A saída parcial e a longo prazo desta atividade é um ponto positivo para a Thales, que pode assim concentrar-se nas suas áreas de negócio de maior crescimento e mais rentáveis, a defesa e a cibersegurança. Apesar da forte subida em bolsa, a ação ainda negoceia a níveis razoáveis, pode comprar.
- Embora o setor espacial represente apenas cerca de 10% da faturação global da Airbus, ele é essencial para o seu modelo de diversificação. Desde 2024, o grupo tem feito uma profunda transformação na sua divisão de Defesa e Espaço, com o objetivo de reforçar a rentabilidade e a sua posição tecnológica. Embora os efeitos visíveis ainda sejam limitados, a fusão deverá, a longo prazo, permitir-lhe ser mais resiliente e ter um melhor desempenho a nível industrial e financeiro. Pode manter.
- A Leonardo também beneficia dos avanços neste dossier muito complexo, apesar do setor espacial só representar 4% do lucro operacional. Ao associar-se a dois gigantes europeus da defesa e da aeronáutica, a Leonardo pode almejar um reforço da sua presença mundial no setor espacial. Mantenha.