BMW, Eli Lilly, Exxon
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

O abrandamento do mercado chinês e os custos associados às tarifas dos EUA impactam a BMW
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
O abrandamento do mercado chinês e os custos associados às tarifas dos EUA impactam a BMW
BMW
Manter
O construtor alemão foi obrigado a rever em baixa as estimativas para 2025: o abrandamento do mercado chinês pesa na rentabilidade e os custos associados às tarifas dos EUA permanecem elevados.
A BMW prevê agora uma ligeira redução do resultado antes de impostos, quando antes apontava para uma estabilização. A margem operacional da divisão automóvel esperada deverá ficar entre 5% e 6% (antes 5% a 7%).
A revisão afeta sobretudo a tesouraria, com uma redução para cerca de metade em 2025, que poderá ser parcialmente compensada em 2026 se o reembolso de parte das tarifas já pagas se concretizar.
Contudo, neste cenário de pressão sobre a rentabilidade (tarifas dos EUA, guerra de preços na China), a capacidade da BMW para preservar as margens continua superior á de boa parte da concorrência.
A sua gama premium, menos exposta à guerra de preços na Europa e na China, e a flexibilidade industrial permitem manter uma margem operacional relativamente estável.
A BMW acabou por seguir o exemplo dos concorrentes ao rever em baixa as previsões de lucro para 2025. A cotação refletiu antecipadamente esta revisão, mantendo-se a valorização próxima da dos pares, apesar das incertezas persistentes quanto à capacidade de recuperação do crescimento na China.
Eli Lilly
Manter
Já aprovado nos EUA, o Kisunla (Donanemab) recebeu luz verde na Europa para o tratamento da doença de Alzheimer. Embora a Eli Lilly veja neste medicamento um novo produto emblemático, o crescimento poderá ser limitado porque eficácia é considerada insuficiente por alguns especialistas e há efeitos secundários significativos.
Ainda assim, o Kisunla contribuirá para sustentar o dinamismo do Mounjaro (diabetes) e do Zepbound (obesidade), que permitiram superar as previsões no segundo trimestre e rever em alta as perspetivas para 2025.
A Eli Lilly reforçou também o domínio da obesidade com um acordo com a Superluminal para o desenvolvimento conjunto de novos tratamentos (parceria promissora, mas com resultados ainda distantes e incertos).
Já os progressos do comprimido Orforglipron (obesidade) são mais concretos e prevê apresentar o pedido de autorização antes do final do ano, apesar de resultados clínicos mistos. A Eli Lilly continua igualmente a expandir o seu portefólio noutras áreas com as aquisições da Scorpion Therapeutics (oncologia), SiteOne (dores crónicas) e Verve (terapias genéticas).
A expansão da Eli Lilly deverá manter-se sólida graças ao forte crescimento do mercado da obesidade, onde ganha quota de mercado à Novo Nordisk. No entanto, a valorização exigente da ação justifica prudência.
Exxon
Manter
O plano de cortes da Exxon terá um impacto significativo na Europa e no Canadá. A petrolífera quer eliminar 2 mil postos de trabalho, 5% do total de trabalhadores, maioritariamente nestas duas regiões.
Coloca-se, assim, a questão da manutenção da presença industrial da Exxon na Bélgica, onde possui uma refinaria e um polo petroquímico, e até mesmo no conjunto da Europa.
A Exxon Mobil já pondera vender as suas unidades químicas no Reino Unido e na Bélgica por cerca de 1000 milhões de dólares. O setor químico europeu enfrenta uma fraca procura e a concorrência de produtos mais baratos provenientes da China, Índia e EUA.
Na exploração de hidrocarbonetos, a Exxon está a ser penalizada pela debilidade do preço do petróleo, causada pelo aumento da produção da OPEP+ nos últimos meses.
No entanto, ao contrário da Shell e da TotalEnergies, que optaram por reduzir investimentos e custos de produção, a Exxon aposta numa estratégia de expansão, com desenvolvimento no gás natural liquefeito, no petróleo da Guiana e ainda no petróleo e gás na Bacia Pérmica (Texas e Novo México).
A Exxon está a ajustar a sua capacidade produtiva às condições atuais do mercado, marcadas pela descida do preço do petróleo e pelas dificuldades no setor petroquímico.